Moçambique reafirma sua pujança nas artes  no ACCES 2025 EM Pretória

Moçambique esteve representado no ACCES2025, encontro anual organizado pela Fundação Music In Africa, realizado no pretérito fim de semana, na cidade de Pretória, África do Sul, entre os dias 30 de Outubro a 1 de Novembro do corrente ano. As actividades de correram em três espaços distintos: o Anfiteatro da Universidade de Pretória, o Propaganda Pretoria e o 012 Central.

A edição de 2025 contou com uma agenda ampla e de grande diversidade, composta por cerca de 14 painéis de debate, 20 performances artísticas, 10 expositores e múltiplas sessões de networking e exposições que estavam focadas sobretudo em distribuidoras digi tais, circulação de conteúdos, novas tecnologias e modelos de internacionalização para a música africana.

Moçambique esteve representado sob a liderança da Khuzula, enquanto entidade responsável pela comitiva nacional. A delegação incluiu a artista Xixel Langa, Augusto Muetanhane (Banda Kassimbos – a Banda Niassa), Horácio Bande (Timbila Groove – Inhambane) e Marrove (Nampula) que, no segundo dia de showcases, protagonizou uma actuação energética com repertório autoral, reflectindo elementos sonoros moçambicanos e recebendo forte aclamação do público.

Esta participação enquadra se no Programa de Incubação Artística, iniciativa da Khuzula, financiada pelo Fundo Création Africa – Moçambique, da Embaixada de França em Moçambique, em colaboração com o Centro Cultural Franco implementad o pela XHUB – Moçambicano (CCFM), e Incubadora de Negócios Culturais e Criativos.

A primeira edição do programa seleccionou cinco bandas: Marrove, Groove Land e Marimba (Nampula); Os Kassimbos (Niassa) e Timbila Groove (Inhambane). A iniciativa oferece formação, produção musical em estúdio, produção audiovisual, mentoria e mecanismos de divulgação, com foco em profissionalização e internacionalização da música feita nas províncias moçambicanas.

Durante a conferencia notabilizou se a presença de criativos que operam no sector pelo que os temas de debate foram acesos com destaque para a “Exportação, Mobilidade, Direitos e Mercado Global”. Outro sim que se notabilizou é que os especialistas de vário s continentes abordaram questões estruturantes, de entre as quais os “Modelos e estratégias de exportação da música africana”, propostas de “soluções de inovação para economia da música independente”, Desbloqueamento de receitas além fronteiras , como “construir uns ecossistemas sustentáveis para o sector da música ao vivo” e Publicação global & oportunidades de royalties .

Nas discussões destacou se a necessidade de criação de plataformas africanas mais unificadas, que facilitem mobilidade artística e novos circuitos de circulação musical, bem como a urgência de fortalecer o conhecimento sobre direitos de autor e profissional da cadeia de valor — factores ainda frágeis no continente.

Moçambique na rota da internacionalização

A presença moçambicana no ACCES2025 reafirma a ambição de consolidar a música nacional no circuito internacional, promovendo ritmos, narrativas, estéticas e identidade cultural do país. A Banda Marrove foi um dos destaques em palco, apresentando um repertório que misturou tradição e contemporaneidade, explorando referências culturais, gastronómicas, modos de viver e expressões afectivas moçambicanas perante plateias internacionais.

De destacar que a Banda Marrove partilhou o palco com diversos artistas internacionais com realce para Kekelingo, Focalistic, Jabulile Majola, Zoë Modiga (South Africa), Njoki Karu (Kenya), Boukuru (Rwanda), Mwendamberi (Zimbabwe), Frida Amani (Tanzania), Sebina (Botswana), Claudio Rabe (Madagascar) e tantos outros. Mpho O ACCES2025 expôs, mais uma vez, que Moçambique tem capacidade criativa, talento e repertório cultural para ocupar com solidez novos mercados — e que iniciativas estruturadas, como o Programa de Incubação Artística, são pontes essenciais para que o país av ance na profissionalização, exportação e circulação global da sua música.