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O Presidente da República, Daniel Chapo, anunciou durante a abertura da 20.ª Conferência Anual do Sector Privado (CASP 2025), em Maputo, que o Governo moçambicano espera concluir dentro de uma semana as negociações com a TotalEnergies, visando a retoma do megaprojeto de exploração de gás natural (Mozambique LNG) na Área 1 da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.
O anúncio segue-se à comunicação formal do levantamento da cláusula de “força maior,” que mantinha o projeto suspenso desde 2021 na sequência dos ataques terroristas na região.
“Se tudo correr como previsto, num prazo máximo de sete dias estaremos em condições de finalizar as conversações com o projeto liderado pela Total, trabalhando de segunda a segunda, vinte e quatro horas por dia,” declarou o chefe de Estado, sublinhando o empenho do Executivo em avançar rapidamente e garantiu que as condições de segurança para a execução das obras estão agora reunidas.
A reativação do projeto Mozambique LNG, avaliado em cerca de 20 mil milhões de dólares (1,3 bilião de meticais), depende da aprovação governamental de uma revisão orçamental que inclua os custos adicionais provocados pela paralisação.
Em contrapartida, a TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, solicitou ao Governo uma prorrogação de dez anos na concessão do campo Golfinho-Atum para compensar os prejuízos causados pela paragem, estimados em 4,5 mil milhões de dólares (284,6 mil milhões de meticais). Esta exigência, assinada por Patrick Pouyanné, presidente da multinacional francesa, consta de uma carta enviada à Presidência a 24 de outubro.
Na missiva, a concessionária solicita ainda a aprovação do novo orçamento e calendário, que adia a primeira entrega de Gás Natural Liquefeito (GNL) de julho de 2024 para o primeiro semestre de 2029.
O projeto da TotalEnergies é um dos três megaprojetos de gás em Moçambique. O projeto da ExxonMobil, orçado em 30 mil milhões de dólares (1,9 bilião de meticais), ainda aguarda decisão final de investimento. A italiana Eni já opera a plataforma flutuante Coral Sul desde 2022, com a duplicação da capacidade (Coral Norte) prevista para 2028.



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