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A dívida pública interna continua a agravar-se, tendo atingido os 454,3 mil milhões de meticais, segundo dados avançados pelo Banco de Moçambique. O valor representa um aumento de 38,7 mil milhões em relação a Dezembro de 2024, excluindo contratos de mútuo, de locação e responsabilidades em mora.
De acordo com o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, este cenário representa um risco adicional à estabilidade macroeconómica, exigindo uma gestão prudente das finanças públicas.
“A pressão sobre o endividamento interno continua a aumentar, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade fiscal do país”, alertou Zandamela, durante a mais recente sessão do Comité de Política Monetária.
Com vista a melhorar o funcionamento do mercado cambial e aumentar a oferta de divisas, o Banco Central introduziu medidas adicionais, entre as quais a redução dos limites de retenção diária de divisas pelos bancos comerciais. A medida visa impulsionar as vendas ao público e facilitar o acesso ao dólar e outras moedas estrangeiras.
A estas acções junta-se o aumento da taxa mínima de conversão obrigatória das receitas de exportação, que passou de 30% para 50%. O objectivo, segundo Zandamela, é garantir “maior disponibilidade de divisas e reforçar a resiliência externa da economia”.
Apesar das medidas em curso, o Banco de Moçambique reconhece que os riscos em torno das projecções da inflação continuam elevados. Refira-se que entre os factores identificados como impulsionadores da subida de preços no médio prazo estão as pressões cambiais, os custos de importação e o aumento da despesa pública.



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