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A sede do posto administrativo de Alua, no distrito de Eráti, em Nampula, tornou-se um refúgio para dezenas de famílias que fugiram da recente onda de ataques terroristas no vizinho distrito de Memba, iniciada no último domingo (16). O governo local não ficou indeferente tendo garantido que vai prestar todo apoio possível
Na manhã desta terça-feira (18), o governador de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, visitou as vítimas para oferecer conforto e assegurar o apoio do governo provincial, prometendo restaurar a dignidade das famílias.
“Viemos ajudar com alimentos. Gostaríamos que nós pessoas de Alua e Namapa ajudássemos essa nossa família. Sabemos que em Alua sabe-se receber as pessoas, viemos criar condições mínimas para a comodidade das pessoas deslocadas,” garantiu.
Abdula anunciou medidas imediatas para a acomodação, incluindo a montagem de tendas. O governador também alertou para a necessidade de vigilância comunitária, sublinhando a preocupação com possíveis infiltrados.
“As tendas não são muitas, mas vamos dar prioridades as pessoas que estão debaixo dos cajueiros.. Vamos distribuir comida para todos, para minimizar a situação:. sabemos que há infiltrados aqui, os bandidos estão aqui connosco, mas vamos lhes apanhar. Sabemos que há informantes aqui, vamos apanhar a todos,” afiançou.
Apesar dos olhares visivelmente tristes, a presença do governador trouxe um alento de esperança às vítimas.
Nita Luciano, mãe de cinco filhos e proveniente de Namajuba, relatou ao governador a brutalidade do ataque ocorrido.
” Os terroristasc hegaram as 14 horas do dia 16, pegaram meu marido e mataram, minha mãe, meu irmão e queimaram minha casa, eu e os meus filhos começamos a caminhar de lá até aqui, não tinha como subir transporte, eles quando chegaram disseram que eles vinham fazer cerimônia fúnebres, entre esses dois eram brancos e os outros pretos fardados,” disse.
Outras vítimas partilharam relatos igualmente chocantes. Jacinta Martinho, de Naheco, narrou: “meu marido tinha saído para machamba para ir tirar mandioca seca, só vi os meus cunhados a virem a correr, a dizer que o meu marido já foi morto, saímos a correr desde dia 16, só conseguimos chegar aqui na noite de ontem.”
Um pai de nove filhos, oriundo de Mecutane, relatou ter sido capturado antes de conseguir fugir
“mataram meu tio, meu irmão, e duas pessoas que eram meus vizinhos, eu fui uma das pessoas que tinham capturado, só quando consegui fugir, pegaram minha esposa e minha filha, alegando que já chegaram na minha área que é aqui na província de Nampula, e estavam fardados com a cor verde, queimaram todas aldeias, assim nós chegamos ontem de noite,” contou.
Uma vítima de Chipene, por sua vez, mencionou a presença de elementos estrangeiros entre os agressores
“meus irmãos foram mortos, e duas irmãs foram sequestradas por eles, e disseram que vieram para viver aqui, alegando que o contrato que tinham com a cidade de Pemba acabou, agora vieram também distruir a província de Nampula , não são apenas negro, também tinham dois branco,” denunciou.



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