Governo precisa de dois anos para repor medicamentos destruídos nas manifestações pós-eleitorais

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O Governo moçambicano prevê necessitar entre 18 meses e dois anos para repor totalmente os estoques de medicamentos, material médico-cirúrgico e equipamento hospitalar destruídos durante as manifestações pós-eleitorais. A informação foi avançada esta quinta-feira, na Assembleia da República, pelo ministro da Saúde, Ussene Isse, durante a sessão de perguntas e respostas com os deputados.

Segundo Isse, os efeitos das manifestações convocadas pelo ex-candidato Venâncio Mondlane ainda são visíveis no sector da Saúde, que sofreu danos significativos.

“As manifestações atingiram gravemente o sector da saúde. Queimaram medicamentos, material médico-cirúrgico, equipamento, ambulâncias e viaturas. Tínhamos um estoque para três anos em Moçambique, queimaram, e agora estão a exigir”, afirmou o ministro.

O ministro explicou que, devido à dependência externa na aquisição de grande parte destes insumos, a reposição não será imediata.

“Para repor estes estoques todos precisamos de cerca de 18 meses a dois anos. Moçambique não produz a maior parte das coisas, tem que vir de fora. Vamos ter paciência, mas nós, como Governo, estamos muito firmes para garantir o atendimento da nossa população”, assegurou.

Além dos danos provocados pelas manifestações, Isse alertou que persistem problemas internos que agravam a escassez, como o roubo e desvio de medicamentos em várias unidades sanitárias.

“Queremos pedir a vossa colaboração. Ainda persistem problemas de roubo e desvio de medicamentos no nosso país”, destacou.

Para melhorar a gestão e o rastreamento dos fármacos, o Ministério da Saúde está a introduzir um sistema digital que permitirá monitorar a circulação de medicamentos em tempo real.

“O medicamento em Moçambique terá um selo conectado ao telefone de cada um de nós nesta sala, que vai alertar onde está o medicamento. Esta é uma contribuição muito grande, uma visão estratégica do Governo para corrigir esta situação”, explicou.

O ministro revelou ainda que estão em curso várias acções internas para responsabilizar trabalhadores envolvidos em práticas ilícitas na área da saúde.

“Só nos últimos dois anos, aplicámos mais de 458 processos disciplinares. Sessenta e cinco (65) colegas foram expulsos e mais de quarenta e oito (48) demitidos por causa destas práticas”, informou.

Isse garantiu que o Governo continuará a reforçar os mecanismos de fiscalização e a adoptar medidas para assegurar que os medicamentos destinados à população cheguem ao seu destino.

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