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Nyusi abre buracos nas Empresas Públicas para pagar favores políticos

Editor

EVIDENCIAS INFORMAIS

Sempre foi assim, e, ao que tudo indica, continuará a ser assim. As Empresas Públicas (EPs), que têm como sócio o próprio Estado, o que sugere que cada um de nós tem lá depositadas algumas acções, estão a servir de bancos privados onde dirigentes sacam dinheiro não só para satisfazer seus insaciáveis apetites, como também para pagar favores políticos.

Nos últimos dois mandatos, escondidas por detrás de um muro de lamentações, alegadamente devido a sucessivas crises que o país atravessa, as empresas públicas, regra geral, têm vindo a apresentar sistematicamente resultados operacionais negativos e grande parte delas dependem de fundos dos cofres do Estado para sustentar, muitas vezes, a vaidade dos seus dirigentes.

Nunca foi dúvida para ninguém que a política sempre se intrometeu e de forma exagerada na gestão das empresas públicas. Neste momento, enquanto escrevemos estas linhas, há expedientes a serem tramitados para acomodar bajuladores, assessores do partido Frelimo e outros bons rapazes que sujam as mãos pelo Presidente da República e pela Frelimo.

O Instituto de Gestão de Participações do Estado (IGEPE), o braço empresarial do Estado, repito… Estado, que pressupõe todos nós, está a ser transformado clandestinamente numa espécie de autoridade de gestão de sacos azuis ao serviço da elite predadora. Desde que colocou Ana Coana ao leme do IGEPE, o Presidente da República, Filipe Nyusi e alguns ministros ligados ao seu círculo do poder têm se intrometido na gestão das empresas públicas, usando a instituição para pagar favores políticos ou para acomodar mercenários digitais que servem a propaganda do partido Frelimo.

Um dos acomodados é um célebre cientista social, assessor da Frelimo e do próprio PR, que destila veneno, ódio e propala insultos nas redes sociais e que, inclusive, escreveu o legado de Nyusi. Foi empossado na calada da noite como administrador de um saco azul ligado à indústria do gás. Está a fazer história como administrador empossado à luz de velas e cujo dossier de nomeação é conhecido por ele, seu pagador e algumas pessoas. Este é só mais um exemplo. Antes deste, outros destiladores de ódio já haviam sido acomodado em EPs e em instituições do Estado, onde mamam às custas do suor dos moçambicanos, enquanto prestam serviços bajulatórios e atacam todos e tudo.

Quanto a nós, fica somente cristalino que o preço dos insultos, da bajulação, da defesa de projectos infundados, da defesa do despesismo e da má governação é pago com o dinheiro dos nossos impostos. Sim, nós é que pagamos para sermos insultados diariamente por físicos, juristas e historiadores. Afinal, as empresas onde mamam são nossas como parte deste Estado.

Estão também na lista do tacho das EPs alguns decanos do jornalismo e gestores de meios de comunicação social, que prestam vassalagem, ocultam verdades e defendem, sem trégua, os projectos, ainda que falhados do Presidente da República e seu Governo. Alguns só estão no jornalismo de dia, enquanto de noite militam na seita oculta que capturou o nosso Estado e instalou “mangueiras” para mamar directamente nos cofres das Empresas e Institutos Públicos.

Aliás, cientes de que estão em fim de mandato, os actuais donos do país estão, tal como denunciamos aqui, a urdir um plano para talharem as empresas públicas entre si. Uma das empresas que está neste golpe é a Emose, líder do mercado, com mais de 74 prédios e outros activos em Moçambique e em Portugal. Hoje é a Emose, mas amanhã pode ser a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, que, depois de ser usada para pagar favores, pode ser colocada em leilão para os interesses do gás caírem nas mãos de alguns.

A situação é de tal forma grave que para além da gestão a partir dos escritórios da presidência, há algumas empresas e institutos públicos que estão a ser usadas por ministros para pagar trabalhadores que nunca lá colocaram os pés, ou seja, simulam contratar certos indivíduos para seu quadro, quando, na verdade, estes são assessores do ministro de tutela. Como ter empresas e institutos públicos sustentáveis diante de um quadro dilapidatório como este?   

Como ter empresas públicas sustentáveis com uma gestão pouco equilibrada, pagando salários a funcionários que produzem nos facebooks e debates televisivos para defender o Presidente da República e a Frelimo?

A falta de seriedade de quem dirige este país chegou ao cúmulo de mandar despedir briosos e competentes funcionários do Banco Central, para, no seu lugar, acomodar pessoas indicadas a dedo, muitas delas sem competência técnica, vindo sobretudo da presidência. É o sheriff, que deixou a sua fama de Durão derreter. Está a capitular perante a autoridade de cá e agora o nosso principal cofre está a ser dirigido de forma remota por políticos, não se sabendo ao certo qual é o principal interesse de controlar o regulador do mercado financeiro. Talvez a resposta pode estar nas flutuações cambiais suspeitas, que várias agências internacionais desconfiam que podem ser fruto de expedientes políticos. É como se os cientistas estivessem a ser obrigados a tomar decisões com uma metralhadora na cabeça.

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