Os ataques dos insurgentes que desde Outubro de 2017 fustigam a província de Cabo Delgado provocaram uma crise uma humanitária sem precedentes naquele ponto do país. Para amenizar a crise, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) convidou as Organizações da Sociedade Civil a criarem mecanismos para resgatarem as crianças que ainda se encontram escondidas nas matas das zonas que foram atacadas pelos terroristas.
Defendendo a promoção e protecção das “flores que nunca murcham”, o presidente da CNDH, Luís Bitone declarou que o conflito na zona norte causa muita dor e sofrimento às crianças, daí ser importante a intervenção da Sociedade Civil para minimizar o problema.
″As organizações da sociedade civil devem desempenhar um papel importante para minimizar o sofrimento das crianças em zonas de conflito (…) Contabilizamos as crianças que fugiram com os pais, mas não conseguimos ter números das que estão escondidas nas matas”, referiu.
Se por um lado, Bitone reconhece que o processo de resgate das crianças que não conseguiram seguir viagem com os pais para as zonas consideradas seguras. Por outro, entende que é urgente haver diálogo com as Forças de Defesa e Segurança com vista a minimizar o sofrimento das crianças.
Indo mais longe, o presidente Comissão Nacional dos Direitos Humanos mostrou-se preocupado com o facto do número dos deslocados originados pelos ataques dos terroristas não se fiável quando se trata de crianças.
“Um dos problemas do conflito em Cabo Delgado é a falta de dados fiáveis pois, neste momento, estamos a falar de 800 mil deslocados. Mas cada dia temos números variáveis e não se sabe ao certo quantos são, senão que grande parte desse número são crianças”
Facebook Comments