Fundo da Paz gera mais de 6.102 postos de emprego directos

Até o momento, o Fundo da Paz e Reconciliação Nacional, destinado a estimular a reinserção socioeconómica dos antigos combatentes, incluindo antigos guerrilheiros da Renamo, gerou pouco mais de 6.102 postos de emprego directos, fruto de sucesso de muitos projectos de geração de renda em franco desenvolvimento um pouco por todo o país, segundo garantiu, semana finda, o director executivo do mesmo, Estevão Mwiya, durante a recepção das chaves do edifício onde passa a funcionar a delegação da província de Maputo.

A cerimónia oficial da implantação da Delegação Provincial do Fundo da Paz e Reconciliação Nacional (FPRN) teve lugar, na última sexta-feira, na Cidade da Matola, província de Maputo. Trata-se da quarta delegação que o Fundo da Paz implanta no País depois de Cabo delgado, Nampula e Tete.

Falando momentos depois de ter feito a entrega das chaves do edifício onde vai funcionar a Delegação do Fundo da Paz e Reconciliação Nacional, a Secretária de Estado da província de Maputo, Vitória Diogo, mostrou se bastante feliz pelo facto de saber que os projectos financiados para os Combatentes através do Fundo da Paz e Reconciliação nacional estão a trazer resultados visíveis, sobretudo na produção agro-pecuária, naquele ponto do país.

A representante do Estado da província de Maputo disse, na ocasião, ser reconfortante testemunhar a aproximação efectiva dos serviços do Fundo da Paz e Reconciliação Nacional para cada vez mais perto dos combatentes beneficiários, independentemente da sua origem.

Vitória Diogo reconheceu, por um lado, que com a implantação da delegação do Fundo da Paz, na província, diminuem-se as distâncias, poupa-se tempo e recursos para que os combatentes possam tratar dos seus assuntos.

Por outro lado, disse a dirigente, a implementação da Delegação do Fundo da Paz e Reconciliação Nacional, é também chamamento aos combatentes para se engajarem na produção e na geração de renda, tendo depois exortado ao Fundo da Paz a dar prioridade projectos de produção de comida, nas áreas de agricultura, piscicultura, pecuária, quer estejam organizados em cooperativas quer seja a título individual, dado que há mercado para absorção dos produtos tanto a nível da província como a nível do País. 

Ex-guerrilheiros da Renamo entre os beneficiários

Ex guerrilheiro da Renamo assinando contrato
Ex guerrilheiro da Renamo assinando contrato

Dirigindo-se particularmente aos funcionários da nova delegação Provincial do Fundo da Paz e Reconciliação Nacional, Diogo foi peremptória ao recomendar a proactividade, profissionalismo, com intensidade, com humildade, ética e bem servir.

“Não aceitaremos o venha amanhã, quando podemos responder hoje. Não vamos tolerar actos de corrupção, troca de favores e favoritismo. Os projectos devem ser aprovados com base em critérios de elegibilidade e eficácia. Não podemos nem devemos desperdiçar os poucos recursos que o Estado possui, tenham sempre presente que estão a gerir fundos públicos. Portanto, há regras a serem seguidas e respeitadas. É importante que saibam comunicar e explicar todos os procedimentos e os motivos que ditam a aprovação ou reprovação de um projecto. Se assim agirem, o utente dos vossos serviços, que é o combatente, compreenderá”, advertiu Vitória Diogo.

Diogo fez saber igualmente que o governo de Maputo congratula-se pelo facto de saber que fruto de reembolso dos valores alocados nos anos anteriores testemunha-se com o financiamento de mais seis projectos dos Combatentes na província de Maputo, orçados em 450 mil meticais. Por isso, recomendou aos beneficiários para que não quebrem a corrente que está em curso, que se baseia na produção e produtividade, que, depois, resulta no reembolso dos valores via retenção na fonte através do Instituto de Previdência Social do Ministério da Economia e Finanças.

Dos Combatentes financiados no decurso da implantação da delegação provincial de Maputo, o destaque vai para dois antigos guerrilheiros da Renamo que receberam financiamento, sendo 100 mil meticais para um residente no Zitundo distrito de Matutuine e 75 mil meticais para o segundo residente no Distrito da Namaacha. O Fundo da Paz procura na medida do possível cultivar de forma permanente o espírito de inclusão social dos Combatentes como uma das marcas da reconciliação Nacional.

Projectos financiados pelo FPRN com grande impacto nas comunidades

Entretanto, um dos grandes desafios na manga da direcção executiva do Fundo de Paz está a ser orientado para a redefinição do processo de reembolso, relativo aos mutuários que se beneficiaram do dinheiro para a implantação de projectos de geração de renda.

À margem da cerimónia da implantação da delegação de Maputo, o Director executivo do Fundo da Paz, Estevão Mwiya fez saber que, todos projectos financiados pela instituição que dirige provocam um impacto soberbo no seio dos Combatentes e das comunidades onde estão inseridos.

Com efeito, segundo Mwiya, o grande destaque deste impacto pode focalizar-se nos postos de trabalhos directos, que estão na ordem de 6.102, fruto de sucesso de muitos projectos de geração de renda em franco desenvolvimento um pouco por todo o país. Este é um indicador que anima os gestores do fundo de paz, pelo facto de estar a dar resposta aos anseios do governo na promoção de emprego previsto no plano quinquenal 2020-2024. Entretanto, Estevão Mwiya deixou um apelo claro aos beneficiários dos projectos para que envidem esforço em cumprir com o cronograma das amortizações dos valores recebidos, para permitir que outros que estão na bicha à espera se beneficiem.

Nestes termos, o dirigente máximo do Fundo da Paz recomendou uma maior adesão por parte dos mutuários ao processo em curso de amortização por via retenção na fonte, tendo acrescentado que este mecanismo é o mais viável e sensato para que o Fundo da Paz se torne robusto e com capacidade de refinanciar projectos em carteira nas provincias.

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