A força conjunta, composta pelos militares ruandeses e pelas Forças de Defesa e Segurança, continua a recuperar territórios que num passado recente pertenciam aos grupos armados. Apesar dos recentes avanços, o governador da província de Cabo Delgado, Valige Tauabo, reconheceu que as constantes transformações na génese dos grupos terroristas dificultam a compreensão das suas motivações o que, de certa forma, afasta a possibilidade de diálogo.
“O terrorista está no mato e nós não temos contactos: nem para poder dialogar e saber quem é ou o que ele quer. Não há essa possibilidade”, disse o governador de Cabo Delgado na entrevista que concedeu a Agencia Lusa.
Se por um lado, Tauabo reconhece que as constantes transformações dos grupos armados dificultam a compreensão das suas reais motivações, uma vez que mudam de cada vez que se tenta perceber o seu perfil e as razões que os movem. Por outro, entende não existir a possibilidade de uma leitura isolada sobre as motivações destes grupos
“Eles mascaram-se em formato de que são motivações religiosas e, depois de um certo tempo, viram o cenário e entram nas etnias. Quando percebem que estão a ser investigados mudam para questões culturais ou relacionadas com a riqueza que nós temos. Qualquer avaliação que se possa fazer pode servir para o momento, mas há um conjunto de elementos que se concentram em volta das motivações destes grupos terroristas”, frisou
De referir que o ex-Presidente da República, Joaquim Alberto Chissano, foi quem defendeu a ideia do diálogo com os grupos armados que desde 2017 semeiam loto e terror na província de Cabo Delgado.
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