Mudança e Inovação: Factores Inevitáveis no Mercado Competitivo (1)

OPINIÃO
  •  Desafios dos Gestores de Empresas:

Teodósio Camilo

Faz tempo que o desafio ao empreendedorismo já nos foi lançado. Este alarme laboral mostra-nos que a melhoria das condições de vida está à mercê de cada indivíduo, não apenas do Governo. Porém, tudo indica que o duelo está a ser assimilado, caso não, pelo menos o léxico está na linguagem corrente do quotidiano moçambicano, particularmente a classe jovem, formada em diferentes instituições de ensino médio e superior. Enquanto esta casta discute sobre o empreendedorismo formal, outros pautam por iniciativas informais, que, na sua visão, distancia-os das responsabilidades fiscais e da obrigatoriedade das contribuições ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS). Porém, todos estão à procura de dinheiro.

Neste exercício à busca de melhores condições de vida, cada dia que passa, nascem e crescem empresas, e outras decretam falência antes de alcançarem um ano da sua existência, e algumas das que persistem no mercado somente sobrevivem e não progridem.  Vários são os factores que podem ser arrolados e que os empreendedores precisam entender. Alguns destes factores conduzem-os ao sucesso e outros à falência.

Porém, o ponto de partida é a compreensão da distinção entre os termos proprietário de um negócio e gestor de um negócio. Muitos pensam que ser proprietário ou empreendedor significa também ser gestor. Esta concepção nem sempre constitui a verdade, pois não é tão linear como se ajuíza. Existem, no mercado, pessoas dedicadas aos investimentos, trabalham com activos financeiros de outrem, assessoram aos que não têm conhecimento sobre como aplicar o dinheiro para multiplicação.

Feita assessoria no investimento, está-se perante a uma pessoa colectiva, empresa, é preciso que haja alguém que controla o dia-a-dia deste capital financeiro aplicado. O controle de todas as actividades inerentes ao funcionamento desta organização, desde os recursos financeiros, materiais e humanos está à mercê a uma figura que se chama Gestor. A gestão é uma ciência já sedimentada, com princípios que permitem alcançar resultados de acordo com a área de actuação, reduzindo o custo e maximizar o rendimento.

Facto é, os problemas de gestão ocorrem em todas as esferas de negócio. Contudo, neste artigo, consideramos o caso de empreendedores na esfera da media (Jornais, Televisão e Rádio). Muitos jovens arriscam, abrem os órgãos de comunicação, começam a operar, nem sequer procuram assessoria de um consultor, ignoram o papel crucial da contabilidade, que os permitiria compreender a realidade financeira da empresa, respectivo processamento de informação contábeis, orientação sobre o uso racional dos recursos financeiros e providenciar informação essencial à tomada de decisões sobre o avanço ou não à novos investimentos e a respectiva saúde financeira da empresa.

Determinados empreendedores, embora os seus órgãos de comunicação estejam a funcionar, administram-nos mal, consideram os colaboradores uns reboots, não observam os seus direitos e deveres, pois os colaboradores arrojam um futuro a partir do local onde trabalham, porém os proprietários usam os ganhos da empresa desordenadamente sem princípios claros.

Gerir uma organização requer o cumprimento de novas exigências, tal como Nussier e Achua (2006) advogam, os gestores devem demonstrar uma atitude propensa à mudança, ser flexível ao pensar e agir perante determinadas situações de mercado, desenvolver capacidade de assunção ao risco, isto é, enfrentar riscos calculados, compreender que quanto maior for o risco de um negócio, maior são os ganhos.

Exige-se, igualmente, a aplicação de uma visão futurista, inovação constante, por forma a responder às dinâmicas do mercado e, por fim, uma boa gestão requer um trabalho em equipe, onde todos têm oportunidade de mostrar o seu raciocínio.

As mudanças e inovação são inevitáveis no mercado competitivo, não se pode ficar estático e preso no passado. Uma determinada estratégia ou ferramenta pode ter contribuído no arranque e ou sucesso do seu negócio em uma certa fase, mas com o passar do tempo pode estar desatualizada ao ambiente do negócio corrente.

Por exemplo, o negócio dos órgãos de informação Correio Electrónico e a Fax foram úteis e flexíveis dentro de um determinado momento. Todavia, nesta era digital, segundo as exigências actuais do negócio, estas ferramentas estão desajustadas, é imperioso imigrar às Plataforma Digitais – Websites – para a sua existência no mercado. A semelhança da Rádio e a Televisão analógicos estão, do mesmo modo, desajustados à nova realidade, é imperioso que embarguem, igualmente, rumo ao mundo digital. Por isso mesmo, fazer a Rádio, Televisão e Jornal nos moldes tradicionais é mais oneroso, gasta-se mais recursos financeiros e materiais, enquanto a era digital facilita a operacionalização a baixo custo e é um processo mais sustentável.

Um Website traz inúmeras vantagens na esfera empresarial. Permite a maior exposição de conteúdo, aperfeiçoa a imagem institucional, melhora e amplia as oportunidades de alcance ao mercado global.

Infelizmente, muitas microempresas, pequenas e médias empresas resistem às mudanças, alegam experiências de fracasso que alguns dos seus concorrentes tiveram, dispensam a assessoria dos consultores de negócio, por forma a superar as dificuldades, realizar análise de riscos, investimentos calculados e efectuar boa gestão.

Não existem organizações inoxidáveis. Todas sofrem oxidação no mercado, assim, há necessidade de se prestar atenção à assessoria de diversas empresas de consultoria em negócios. Pois, mesmo as empresas de consultoria podem, igualmente, ter seus consultores que as assistem.

A mudança é extremamente complexa, implica enfrentar dificuldades e incompreensões. Os gestores intrigam-se com os riscos e formulam série de questões inerentes ao sucesso ou fracasso da organização. Será que existem condições criadas, o colectivo está pronto para este desafio e que impacto trará na empresa.

Relativamente à capacidade de assunção ao risco, não existem negócios sem risco, apenas diferenças, de acordo com diversos factores do mercado e o risco que o empreendedor está preparado a assumir. Ao iniciar um negócio, torna-se claro que está preparado para assumir algum tipo de risco, visto que não se pode pensar em ser empreendedor, mas ignorando os desafios inerentes.

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