SAMIM e FDS registam nove baixas em amboscada de terroristas

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A Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral (SADC) em Moçambique (SAMIM), anunciou, esta quinta-feira (23), ter registado três baixas, sendo dois feridos e um morto, enquanto, do lado das Forças de Defesa e Segurança (FDS) contabilizam-se seis baixas, das quais duas resultaram em óbitos, na sequência de intensos combates com os terroristas no distrito de Macomia, em Cabo Delgado. Alguns foram mortos em emboscadas no decorrer da operação“Vikela”, que significa protecção na língua tsonga, levada a cabo no centro de Cabo Delgado.

A operação conduzida pelas Forças Armadas de Moçambique e as Forças de SAMIM, decorreu de 19 a 20 de Dezembro e terminou, nesta quarta-feira (22), com a captura de duas bases terroristas do Al Sunnah wa Jama’ah (ASWJ) no posto administrativo de Chai.

No documento assinado pela SAMIM, lê-se que foram mortos 14 terroristas, “enquanto oito mulheres, três crianças e dois homens idosos, que se acredita terem sido raptados pelos terroristas, foram resgatados”.

Já do lado dos militares que fazem frente aos terroristas, o comunicado anuncia que “as Forças da SAMIM sofreram três baixas, durante esta ofensiva, uma fatalidade e dois feridos, enquanto as FADM ( Forças Armadas de Moçambique) sofreram seis baixas, duas dais quais resultaram em óbitos. Do lado das Forças da SAMIM, o Evidências sabe que quem perdeu a vida, em emboscada, é um militar sul africano e o corpo já se encontra naquele país vizinho.

Nesta operação, as forças da SAMIM dizem ter confiscado armas que incluem lançadores RPG 7, metralhadoras PKM, AK47, granadas, entre outras. “No entanto, as Forças da SAMIM continuam a dominar e a perseguir os insurgentes no teatro de operações”, lê-se no comunicado emitido esta quinta-feira.

Até aqui, de acordo com a SAMIM, o número de terroristas mortos pelos militares da SADC, desde o início da ofensiva, ascende aos 23.

Ao todo, foram abatidos pelas forças conjuntas que incluem as FDS, militares da SADC e do Ruanda, cerca de 200 terroristas desde início do ano, incluindo seus principais líderes que, para além de comandantes militares, eram ideólogos radicais e extremistas, nomeadamente os Sheiks: Muhamud Siyai, Njire North, Abubacar Suleimana Khafizu, Hamza Abdulai Issufo, Amisse Dade, Chemo Saide, Kibwana Ndevo, Cassimo Andrenemi, Ibraimo Tawabo e Rajabo Fakir.

Este último é considerado o número três da hierarquia, que foi morto no passado dia 18 de Novembro, na povoação de Nahavara que fica entre os postos administrativos de N´Gapa e Negomano, no distrito de Mueda. O líder do grupo Bonomade Machude Omar, até aqui em parte incerta, mas que se suspeita que esteja entrincheirado numa das bases ao longo da cadeia montanhosa junto ao rio Messalo.

Numa altura em que os terroristas estão alastrar as suas incurções para Niassa, a SAMIM, cuja segunda missão de três meses termina em Janeiro próximo, emite uma mensagem de esperança, ao reiterar o compromisso colectivo de alcançar a paz, estabilidade e segurança de Cabo Delgado.

O Presidente da República, no seu informe anual sobre o Estado Geral da Nação, anunciou que foi reforçado o controlo de grande parte das zonas anteriormente críticas, nomeadamente o distrito de Mocímboa da Praia (aldeias Maputo, Awasse, Chinda, Mumo, Ntotoe, Zâmbia, Quelimane, Diaca, Mbaú e a Vila de Mocímboa da Praia); distrito de Palma (Vila de Palma e Quionga); distrito de Muidumbe (aldeia Chitunda, Xitaxi e Miengueléua); e distrito de Macomia (aldeia Chai, Litamanda e N´tchinga). No entanto, continuam notória a presença dos terroristas, que ao mesmo tempo que resistem nos distritos tradicionais de Cabo Delgado, tendem expandir o terrorismo para Niassa, onde o cenário é descrito, pelo ministro de Defesa, Cristovão Chume, como “preocupante”.

De referir que desde a eclosão do fenómeno do terrorismo, em Outubro de 2017, os ataques resultaram no assassinato cumulativo de mais de 2.000 cidadãos e forçaram a deslocação de mais de 817.000 pessoas das suas casas.

De Janeiro a 30 de Novembro de 2021 foram registados em Cabo Delgado 52 ataques terroristas, quando no mesmo período do ano passado (2019), os terroristas lançaram 160 ataques. Uma redução em três vezes o número de agressões terroristas, devido a intervenção externa. Parte considerável das pessoas atingidas pelo terrorismo encontra-se abrigada em lugares mais seguros na província de Cabo Delgado e noutras províncias do país.

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