A União Nacional de Estudantes (UNE), organização sem fins lucrativos que reúne associações estudantis moçambicanas, lançou, recentemente, na Cidade de Maputo, o Projecto Observatório Jovem para Integridade e Verdade Eleitoral. O projecto, desenvolvido em parceria com a CIVICUS e o FÓRUM JOVEM, e financiado pela União Europeia, visa promover a transparência no processo eleitoral que terá lugar no dia 09 de Outubro do ano em curso.
Texto: Edmilson Mate
Em Moçambique, segundo os partidos da oposição, as eleições nunca livres justas e transparentes, ou seja, sempre fintaram o lema da Comissão Nacional de Eleições (CNE). A título de exemplo, as VII Eleições Gerais são consideradas as mais fraudulentas da história da jovem democracia moçambicana.
Numa altura que o país caminha a passos largos da realização das VII Eleições Gerais, Legislativas e das Assembleias Provinciais, a União Nacional de Estudantes (UNE), agremiação cuja missão principal é defender o acesso à educação de qualidade e representar os interesses de estudantes e jovens moçambicanos, lanceou o projecto “Observatório Jovem” para garantir integridade e verdade no pleito eleitoral que já está à porta.
Através da iniciativa supracitada, a UNE pretende capacitar 370 jovens em matérias de combate à desinformação e promoção da integridade eleitoral nas plataformas digitais, sendo que o projecto almeja disso alcançar cerca de 32 mil pessoas de forma indireta através das redes sociais e outras ferramentas de comunicação.
Falando à margem do lançamento do Projecto “Observatório Jovem”, Gimésio Cândido, presidente da Uniao Nacional de Estudantes, destacou a importância de envolver os jovens nos processos democráticos.
“Este projecto surge como parte dos esforços da UNE para contribuir com a democracia em nosso país. A integridade e a verdade no processo eleitoral são questões que nos afetam diretamente, uma vez que os líderes eleitos determinam o futuro da educação e outros setores essenciais. Portanto, como UNE, não podemos ficar alheios. Queremos combater a desinformação e garantir que os jovens estejam engajados e bem informados durante o processo eleitoral”, declarou Candido
No entender de David Fardo, presidente do Parlamento Juvenil, esta iniciativa visa estimular a participação dos jovens em processos de tomada de decisão.
‘’O processo eleitoral que se aproxima é crucial para o futuro do nosso país. Convidamos todos os jovens a participar, não apenas como eleitores, mas como observadores atentos do processo. A juventude precisa desempenhar um papel incisivo na garantia de eleições transparentes e justas”, enfatizo Fardo.
Por sua vez, Lino Cristóvão, representante do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), destacou a relevância do projecto no actual contexto de desinformação no periodo eleitoral.
“Vivemos numa era digital, onde a sobrecarga de informações, muitas vezes incorretas, pode desorientar os jovens. Este projeto chega num momento oportuno, pois visa esclarecer e educar o eleitorado jovem, promovendo a integridade no processo eleitoral. É crucial que os jovens participem de maneira informada, respeitando as instituições e utilizando os mecanismos apropriados para questionar e interagir com as autoridades competentes.”
Refira-se que o Projecto Observatório Jovem” é mais um exemplo de como a juventude moçambicana pode ser protagonista na defesa da democracia, actuando não só como eleitores, mas como vigilantes da verdade e da integridade do processo eleitoral.
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