Depois de uma longa maratona de negociações, o Conselho Municipal de Maputo e a Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) chegaram ao acordo para o reajustamento do preço do transporte público de passageiros na Zona Metropolitana de Maputo. Entretanto, a Associação Rede dos Direitos Humanos (ARDH) considera que a nova tarifa dos transportes vem sufocar ainda mais o cidadão pacato que ainda se recente do elevado custo de vida nas principais cidades moçambicanas, pedindo para o efeito a revogação do mesmo.
Em Dezembro último, a Associação Rede dos Direitos Humanos viu a sua conferência boicotada pela Policia da República de Moçambique e o seu líder levado para um posto policial da capital moçambicana.
Nesta terça – feira, 04 de Janeiro, a ARDH voltou a chamar a imprensa para falar do actual preço dos transportes, mas, mais uma vez, foi mobilizada uma força policial para vigiar todos os movimentos. Aliás, antes da conferência de imprensa, Sérgio Matsinhe, presidente da Associação Rede dos Direitos Humanos, dirigiu-se à 7ª Esquadra do bairro T-3, arredores do município da Matola, para explicar ao comandante e ao chefe das operações os motivos que levaram a sua associação a chamar a imprensa.
Depois de meia hora, Matsinhe recebeu luz verde para voltar à sede da ARDH onde declarou que a nova tarifa de transportes, que entrou em vigor no dia 02 de Janeiro, implicará grandes limitações aos moçambicanos.
“Dada a conjuntura económica e financeira de que o país, referindo-se em particular ao cidadão pacato, se recente, julgamos ser esta aprovação desenquadrada do contexto actual e, como tal, implicará grandes limitações para a locomoção diária das pessoas para grandes centros urbanos ondem diariamente buscam recursos para a sua sobrevivência, inclusive para o exercício de direitos humanos como o acesso a escolas e outros”, declarou Sérgio Matsinhe, presidente da ARDH para depois observar o agravamento do preço dos transportes pode levar a desistências escolares.
“A conjuntura económica actual não deixa margens para dúvidas sobre as dificuldades que os alunos/estudantes de diferentes níveis de escolaridade terão de enfrentar porquanto, tem sido o transporte rodoviário o meio pelo qual têm se deslocados aos locais de ensino, além de que como consequência dessas dificuldades já se vislumbram desistências escolares, de raparigas em particular, por falta de condições (dinheiro de transporte), e porque o custo de vida vai se agravando a passos galopantes muitas outras consequências recairão sobre esta classe à qual se deposita esperança de desenvolvimento científico e académico para o país”.
Apoiando-se ao Inquérito sobre Orçamento Familiar (IOF 2019/2020), divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), Matsinhe declarou a população moçambicana ainda vive abaixo de um dólar por dia, considerando este factor importante para impugnar a nova tarifa dos transportes, uma vez que a decisão vai impactar negativamente e economicamente a vida dos moçambicanos.
No presente muito são os moçambicanos que ainda se ressentem dos efeitos negativos da pandemia da Covid-19, por isso, o presidente da ARDH defende a revogação das tarifas que entraram em vigor no dia 02 de Janeiro.
“Propomos a Revogação da aprovação e manutenção dia actuais custos, incitação de debates e discussão sobre a melhor forma que não implique agravamento de custos aos cidadãos, abertura do Estado para acolher as reclamações dos cidadãos sem os afectar”, declarou.

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