Em Abril do ano passado, depois de mais uma investida dos insurgentes, a multinacional francesa Total decidiu suspender as suas actividades na Bacia do Rovuma, tendo transferido os equipamentos que seriam usados no seu projecto de exploração de gás natural naquele ponto do país para as Ilhas Mayotte e vincado o barulho das máquinas só seria escutado assim que fossem acauteladas todas as questões de segurança. A Força Conjunta tem conseguido êxitos no que ao combate ao terrorismo diz respeito. Entretanto, o CEO da Total Energies, Patrick Pouyanné garantiu que multinacional francesa não vai regressar à Cabo Delgado enquanto ver fotos de campos de refugiados ao redor do local.
Durante o Fórum sobre a Resiliência em África, realizado em Setembro do ano passado, o ministro das Finanças, Adriano Maleiane, declarou que o regresso da Total poderá acontecer antes do prazo estipulado pela petrolífera.
“Penso que o prazo esperado de atraso das obras talvez seja reduzido porque apontámos um ano como o tempo necessário para permitir o recomeço do projecto, mas olhando para a situação, hoje, penso que não vai ser esse o caso, estamos a fazer o nosso melhor”, disse Maleiane
O CEO da Total Energies, Patrick Pouyanné, visitou, recentemente, Moçambique onde reuniu-se com o Presidente da República, Filipe Nyusi, para discutir questões de segurança que condicionam o retomar das actividades naquele que é considerado o maior investimento estrangeiro no continente africano.
“Não construiremos uma fábrica em um país cercado por soldados”, declarou Pouyanné para depois acrescentar que “houve algumas melhorias claras no terreno” no que a ordem e tranquilidade diz respeito na província de Cabo Delgado.
Pouyanne disse que Moçambique em parceria com a SADC conseguiu recuperar a segurança em algumas zonas chave à volta de Palma, onde se localiza o projecto, mas que “não controlam hoje Cabo Delgado” na íntegra.
O CEO da Total reiterou que a Força Conjunta conseguiu recuperar alguns distritos que estavam nas mãos dos insurgentes. Entretanto, garantiu que a multinacional francesa não vai construir onde estará Cercado por soldados.
“Não tenho ideia de quando a empresa poderá começar a trabalhar no projeto novamente. Talvez demore um ano, não sei. Vamos ver, vamos observar. Não há pressão para sairmos por força maior. Sabemos que quando dissermos sim, podemos voltar, serão necessários 6 meses para recomeçar”, declarou.
Por outro lado, Patrick Pouyanné garantiu que as máquinas não voltarão a roncar com deslocados ao redor do local onde será implementado o projecto. “Mas, novamente, minha prioridade, é uma questão de sustentabilidade disso e de direitos humanos. E por isso não vamos relançar o projeto enquanto eu ver fotos de campos de refugiados ao redor do local”.
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