Conselho Municipal de Maputo cede pressão dos transportadores e reajusta a tarifa em sete meticais

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Poucos dias depois do Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, ter dado um sério aviso á navegação de que a vida ia ficar mais cara nos próximos 12 meses, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo, reunida em mais uma sessão da Assembleia Municipal, aprovou o agravamento da tarifa do transporte de passageiros. Ainda não se sabe quando a nova tarifa vai entrar em vigor, mas de acordo com dados tornados públicos pela edilidade da capital moçambicana para distância até 10km a tarifa vai passar dos actuais 12 meticais para 19 meticais, enquanto a distância acima de 10 km passa de 15 para 22 meticais.

Para tranquilizar o povo que já vive com a corda no pescoço devido ao elevado custo de vida, o Conselho Municipal da Cidade de Maputo referiu que os novos preços do transporte de passageiros não vai sufocar o munícipe, uma vez que o Governo vai apoiar através do cartão, que por sinal esta a passos largos de entrar no rol dos projectos falhados, e a banca móvel.

Olhando para falta de eficácia dos cartões Famba e para o facto dos transportes disponibilizados pela Agência Metropolitana de Maputo não suprir o crónico problema dos transportes nas cidades de Maputo e Matola, a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique, partidos da oposição na Assembleia Municipal da Cidade de Maputo, votaram contra a proposta do reajuste da tarifa de transporte de passageiros.

O porta – voz da Renamo na Assembleia Municipal, Gilberto Chirindza, para além de observar que o elevado custo de vida não permite agravar o custo de transporte, insta o Conselho Municipal da Cidade de Maputo a se preocupar em melhorar as vias de acesso e aumentar a frota de transportes para garantir a sua durabilidade e maior acesso dos munícipes.

“Reconhecemos que o transportador tem a necessidade de aumentar o preço da tarifa, não por vontade própria, mas porque a sua estrutura de custos aumentou por conta de custos de combustíveis, porem o munícipe não pode ser forcado a suportar esse peso financeiro. A Renamo reitera por outro lado que a solução do agravamento do custo de vida passa pela adopção de políticas sectórias de proteção social, o que não tem sido o apanágio de Governo do dia”, declarou Chirindza.

O anúncio do agravamento da tarifa de transporte de passageiros surge depois do Governo prometer 50 milhões de dólares de subsídio aos transportadores que continuam divididos sobre o acordo alcançado entre a Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) e o Governo, com este último a reiterar que todos serão abrangidos.

“O Governo mobilizou recursos para assegurar que haja uma estabilidade dos preços nos transportes públicos. Temos já 50 milhões de dólares para este fim e, em resultado, esperamos que, mesmo na eventualidade, incrementos internacionais em termos de preços estejam a ser voláteis e que as populações estejam protegidas”, disse Max Tonela.

Aliás, Tonela garantiu que “Esta acção é para que mesmo que haja incrementos adicionais no preço dos combustíveis, a população esteja protegida, pelo menos nos próximos seis meses, uma vez que a situação pode vir a melhorar ao ponto de o petróleo voltar a ser negociado abaixo dos 100 dólares por barril”.

Importa referir que as novas tarifas do transporte de passageiros na capital moçambicana só vão entrar em vigor depois do aval do Governo através do Conselho de Ministros.

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