A célula do crime tomou a instituição pública de segurança e protecção – observa Muchanga

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O crime organizado com destaque para os raptos continua a exibir a sua musculatura nas principais cidades do país perante o olhar impávido das autoridades da lei e ordem. Nesta terça – feira, 01 de Novembro, Hussein Ghassan Ahmad, filho do proprietário da Home Center, foi raptado em plena luz do dia, na Avenida de Angola, no estacionamento da loja onde ele trabalha.  Na opinião de Salomão Muchanga, líder da Nova Democracia, este tipo de crime evolui drasticamente nos últimos 10 anos devido a impotência do Governo.

Garantir a “Ordem e Tranquilidade Pública” é o lema da Policia da República de Moçambique (PRM). Contudo, nos últimos anos tem sido os criminosos que tem passeado a classe nas principais cidades do país. Nesta terça – feira, 01 de Novembro, mais um cidadão foi raptado na Cidade de Maputo.

Salomão Muchanga observa que émais um cidadão inocente está nas mãos de assassinos sanguinários da pior categoria, que ao seu belo prazer impedem as liberdades de outrem, por vícios, vida fácil e acumulação ilegal de riquezas. Isto porque, infelizmente, neste país as autoridades policiais e estatais assistem pacificamente o recrudescer deste e de vários outros crimes. Ademais, o actual governo também assiste impotente, porque é a mesma polícia que eles usam para se manterem no poder”

O líder da Nova Democracia observa que os bandidos são velhos conhecidos do Governo que, para reforçar a vigilância, adquiriu câmeras de segurança, mas as mesmas nunca funcionaram. Incrédulo perante o actual cenário de insegurança que se vive em Moçambique, Muchanga questionou o verdadeiro papel do Estado.

“Qual é a mensagem que pretendem passar para a sociedade, especialmente quando nem se dão o trabalho de apresentar uma explicação? Como é que um estado se torna e comporta-se de forma tão leviana a ponto de sujeitar as suas colectividades a esta permanente insegurança? E mais, qual é o papel do Estado neste país? O que faz e a quem serve? Apesar do estado ter uma estrutura e sectores de investigação e segurança, este tipo de crime violento evolui drasticamente nos últimos 10 anos”, disse Salomão Muchanga, lembrando depois que o Executivo nos últimos 10 anos nuca apresentou pistas dos raptores.

“Como é habitual o estado nunca apresenta autores nem responsáveis. Não acreditamos que as pessoas possam ser raptadas, que paguem resgastes para voltar ao convívio familiar, mas mesmo assim, durante 10 anos ainda não foi possível ter pistas. Este é um crime organizado e difícil de resolver para os que tem de o resolver, porque são cúmplices”.

Nas entrelinhas, o líder da Nova Democracia refere que “a célula do crime tomou a instituição pública de segurança e protecção”, apontando que “isto espalha incertezas e insegurança no seio da sociedade” o que, de certa forma, retrai investimentos no país.

 

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