Algumas mulheres e raparigas deslocadas, devido aos ataques terroristas, na província de Cabo Delgado, tiveram que se envolver em relações sexuais com funcionários das organizações humanitárias, da sociedade civil e líderes comunitários, para receber comida destinada à distribuição gratuita, no âmbito da assistência humanitária.
Parte desses casos, que vêm acontecendo sobretudo em centros de acolhimento de famílias deslocadas, criados nos distritos de Metuge, Chiúre, Montepuez e Mecufe, por exemplo, já foram denunciados à Procuradoria Provincial de Cabo Delgado.
Esta quarta-feira (2 de Novembro), as autoridades admitiram, na cidade de Pemba, que há muitos casos de abuso sexual contra mulheres e raparigas deslocadas por conta do terrorismo, em troca de comida, numa situação em que caso não cedam não se beneficiam da assistência alimentar.
Falando à jornalistas, no quadro de um formação de cinco dias, organizada por ministério público e parceiros em Pemba, que aborda temas como HIV/SIDA e Legislação sobre Violência Baseada no Género, Direitos da Criança e Prevenção e Combate à Uniões Prematuras, o Porta-voz da Procuradoria Provincial, Gilroy Fazenda, explicou que foram denunciados àquela instituição 25 casos de abuso sexual à mulheres e raparigas, na sua maioria com envolvimento de funcionários de organizações não governamentais.
As autoridades, que consideram preocupantes os números avançados, trabalham no sentido de educar e responsabilizar os praticantes.
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