Governo cumpriu apenas 25% das reivindicações dos Médicos e a greve vai mesmo arrancar no dia 05 de Dezembro  

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Recentemente, o Governo, através do ministro da Saúde, Armindo Tiago, garantiu que já havia consenso com os médicos em relação ao seu caderno de reivindicações em relação as incongruências detectadas na implementação da Tabela Salarial Única (TSU). Entretanto, apesar do optimismo manifestado pelo Executivo, a greve dos médicos vai mesmo arrancar no dia 05 de Dezembro, uma vez que, de acordo com a classe, o Governo cumpriu apenas três dos oito pontos apresentados.

No dia 21 de Novembro, o Governo, em conferência de imprensa, tornou público que os suplementos dos profissionais de saúde e outros sectores da função pública serão calculados com base nos valores auferidos antes da entrada em vigor da TSU o que, na opinião da Associação Médica de Moçambique (AMM), viola parte dos acordos alcançados entre as partes nos dias 04 e 05 de Novembro.

Volvidas três dias depois do anúncio em relação aos subsídios dos médicos, o Executivo enviou uma nota à AMM a falar sobre o ponto de situação da implementação dos pontos acordados, sendo que dos oitos pontos (dos 12 negociados) em que se havia alcançado acordo, apenas três foram parcialmente implementados.

Os três tem que ver com o melhoramento do enquadramento dos médicos, a manutenção do subsídio de risco no quantitativo anterior à implementação da TSU e de habitação ou renda de casa.

A Associação Medica de Moçambique observa, por outro lado, que a mudança constante de interlocutores por parte do Governo não facilita a continuidade do diálogo e o avanço nas negociações, tendo igualmente denunciado que os gestores locais de recursos humanos não aceitam partilhar folhas de salários com os médicos.

“Não existe nenhuma transparência sobre a forma como os salários dos médicos estão a ser ou serão processados. Até ao momento, nenhum médico sabe quanto deve auferir e, quanto é que o Estado o está a dever. Alegando estarem a cumprir ordens superiores, os gestores locais de recursos humanos não aceitam partilhar as folhas de salário com os respectivos médicos”, lê-se no documento.

Perante os avanços e recuos do Executivo, a AMM, através de um comunicado datado de 28 de Novembro, tornou público que mantêm a data de início da greve nacional da classe médica para o dia 05 de Dezembro de 2022, por 21 dias prorrogáveis, de acordo com os ofícios já enviados ao Governo.

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