Com um dos elementos do grupo, altamente preparado em estudos islâmicos no Sudão, de onde regressou recentemente, 15 jovens, todos do sexo masculino, de idades compreendidas entre 18 e 30 anos, estão detidos, desde última sexta-feira (02), nas celas da Polícia da República de Moçambique (PRM) na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, acusados de preparação de actos radicais para filiação ao terrorismo.
O porta-voz da PRM ao nível da província de Cabo Delgado, Mário Adolfo, declarou, na segunda-feira (04), que o grupo detido numa residência, no bairro Cariacó, quando estava em mais uma sessão de radicalização ao ter sido encontrado a ler o Alcorão numa madrassa (escola islâmica).
Adolfo apontou, por outro lado, que foram capturados materiais como fardamento e pastas militares que estavam na posse dos 15 indivíduos na sua maioria naturais de Cabo Delgado e apenas um da província de Nampula.
Mário Adolfo fez saber ainda que o proprietário da casa onde os supostos membros que iam se filiar aos grupos terroristas que atacam Cabo Delgado também está às contas com a PRM, tendo igualmente referido que o grupo se reunia na mesma residência há duas semanas com o claro objectivo de constituir uma madrassa para educar o islão.
Na sua versão dos factos, o jovem recém formado em teologia Islâmica no Sudão refutou as acusações de pretender se filiar aos grupos terroristas, justificando que os encontros serviam para a partilha de conhecimento sobre a religião islâmica.
Em Cabo Delgado, nos últimos cinco anos, o estudo livre das madrassas ficou na cidade de Pemba. Nos distritos, devido ao medo de os líderes a alunos serem associados ao terrorismo, a prática secular estava sendo abandonada.
Refira-se que que um recente estudo dos Estados Unidos de América sobre a liberdade religiosa em África revelou que em Moçambique vários líderes religiosos muçulmanos foram mortos, torturados e raptados devido à sua religião na província de Cabo Delgado.

Facebook Comments