INAE e Inspecção Geral do Trabalho encobertam exploração infantil numa fabrica de pipocas na Beira

DESTAQUE SOCIEDADE

Os residentes do bairro da Manga, arredores do Município da Beira, denunciaram, na última semana, uma fábrica de pipocas que está a usar mão de obra infantil.  Em conversa com o Evidências, algumas crianças que trabalham na fábrica em alusão denunciaram maus tratos por parte do patronato. Os residentes do bairro da Manga apontam, por outro lado, o dedo a Inspeção Nacional das Actividades Econômicas e a Inspeção Geral do Trabalho, uma vez que as duas instituições estão a par das irregularidades naquela fábrica que se dedica ao fabrico de pipocas.

A exploração infantil em Moçambique é uma realidade apesar do esforço do Governo e de algumas organizações da sociedade para combater o fenômeno. Na Cidade da Beira, província de Sofala, há uma empresa que está a usar a mão de obra infantil perante o olhar impávido das autoridades da lei e ordem.

O caso foi despoletado pelos residentes do bairro da Manga na última semana. Quando os gestores da fábrica que se dedica ao fabrico de pipocas se aperceberam da presença de jornalistas de vários órgãos de comunicação social trancaram as portas e encarceram os trabalhadores de palmo e meio num esconderijo que fica próximo dos esgotos.

Face a postura dos gestores da empresa, os jornalistas que estiveram no terreno solicitaram a presença dos agentes da Polícia de República de Moçambique que prontamente responderam ao chamado, contudo, quando chegaram ao local justificaram que não podiam entrar na fábrica alegando que não tinham mandado para o efeito.

Por seu turno, a directora provincial da Inspeção provincial das Actividades Econômicas declarou que não estava a autorizada a prestar declarações sobre o assunto.

Crianças denunciam maus tratos

Em conversa com alguns adolescentes que falaram ao Evidências na condição de anonimato denunciaram que tem sido alvo de maus tratos por parte dos gestores da fábrica de pipocas. Aliás, os trabalhadores de palmo e meio referiram que as autoridades governamentais estão a par do que está acontecer naquela empresa.

“Eles vêm para aqui e depois vão no escritório dos chefes. Eles sempre saem com embalagens de pipocas e vão-se embora. Nós continuamos a trabalhar, eles têm conhecimento disso mas nada fazem. Não temos direito a intervalo para almoçar, comemos pão e manteiga enquanto estamos a trabalhar”, disse um trabalhador de 15 anos para depois revelar que trabalham longas horas sem direito a descanso, ou seja, entre as 7:00 horas e 22 horas.

Facebook Comments

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *