O secretário do Estado de Desporto (SED), Gilberto Mendes disse ontem, 7 de Fevereiro, que a selecção nacional não é um local para se ganhar dinheiro, e sim para exaltar o patriotismo nacional. O SED avançou ainda que as confusões que aconteceram na Argélia mostram clara falta de comunicação entre a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) e os jogadores.
A Secretaria do Estado de Desporto marcou uma reunião com objectivo de se inteirar das razões por detrás da greve dos atletas em reclamação do pagamento do prémio de jogo havido na Argélia referente a qualificação para os quartos-de-final do CHAN, porém o encontro foi marcado pela ausência dos jogadores e da equipa técnica.
Aquando das qualificação da equipe moçambicana aos quartos de finais da competição os jogadores exigiram à FMF o pagamento de 60 por cento dos 400 mil dólares equivalentes a 25 milhões de Meticais. O pagamento deste valor foi imediatamente recusado pelo órgão que está na dianteira do futebol nacional.
Os jogadores exigiram inicialmente o pagamento de 40 mil Meticais, mas mais tarde pediram 150 mil, e estes viram o seu pedido sendo prontamente recusando daí, se instalou uma tensão entre os jogadores e a FMF. Após negociações, a FMF disse que vai pagar 75 mil Meticais o que não agradou os atletas moçambicanos tendo feito com que os mesmos ameaçassem não deixar o hotel em que estavam hospedados de volta a Moçambique.
Para o secretário do Estado de Desporto, Gilberto Mendes disse na reunião havida nesta segunda-feira que a falta de comunicação pode ter sido uma dos motivos para que as coisas chegassem a este ponto, e disse ainda que não se pode permitir que os atletas se desviem do seu valor mais precioso, o patriotismo e não o dinheiro.
“A selecção nacional não é um sítio para ganhar dinheiro, mas sim para exaltar o patriotismo e de orgulho nacional. Não estou a dizer que a federação não possa nalgum momento premiar os jogadores pelos feitos que possam alcançar”, disse Gilberto Mendes, ressaltando que os jogadores devem se preocupar com os resultados desportivos e não com o dinheiro.
Desde que proferiu estas declarações Gilberto Mendes vem sendo alvo de inúmeras críticas de diversos actores e fazedores do desporto moçambicano e não só, tal como é o caso do Tony Gravata, presidente do Sindicato Nacional dos Jogadores de Futebol.
Ademais, a Federação Moçambicana de Futebol diz que não vai pagar quaisquer valores aos Mambas nos 400 mil dólares disponibilizados pela Confederação Africana de Futebol (CAF). A FMF justifica tal pretensão dizendo que o regulamento da CAF não determina isso e por conta disso, não é obrigatório que se reparta o valor com os atletas.
O vice-presidente da Administração e Finanças, Jorge Bambo, chefe da delegação que esteve na Argélia, diz não ver motivo para a onda de descontentamento na selecção, pois segundo referiu até a ida ao CHAN, não se tinha informação sobre qualquer tipo de prémio e como tal, os jogadores não têm legitimidade para reivindicar o referido valor.
Quanto ao termo de compromisso assinado com os jogadores da Argélia para Moçambique, Jorge Bambo diz que o documento não tem valor jurídico algum, pois foi rubricado fora no estrangeiro e num momento de pressão, mas os jogadores prometeram não desistir do caso.
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