Na sua habitual intervenção de saudação por ocasião da abertura da II Sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo, o secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLIN), Fernando Faustino declarou uma guerra sem tréguas na Frelimo contra o que chamou de conspiradores contra a ideologia do seu partido e exigiu purificação de fileiras. O seu discurso foi bastante ovacionado pelos membros do Comité Central sobretudo quando se referiu à necessidade de combater os “lambe-botas”.
“Camaradas do Comité Central temos que ter coragem de combater e denunciar infiltrados, indisciplinados, intriguistas, tribalistas, confusionistas, fofoqueiros, lambe-botas …”, prosseguia Faustino, quando foi interrompido com uma grande ovação e palmas, precisamente quando se referia aos “lambe-botas”.
Prosseguindo, depois do momento de euforia, Faustino frisou a necessidade da purga estender-se também a “outros, com vista a prevalecer a linha política do nosso partido. Aqui exigimos a purificação das nossas fileiras”, atirou Faustino, para depois ser novamente ovacionado pelos presentes.
“Sentimos que estamos infiltrados. A Frelimo é um partido que não compactua com condutas duvidosas, por isso a luta continua contra os mentores de indisciplina e desestabilizadores”, frisou.
Num contexto em que o país se encontra a preparar a realização das eleições autárquicas, a ACLIN defende maior diálogo interno e exige 20% de representatividade da ACLIN nas listas de continuidade, contrariamente aos actuais 18%.
“Neste contexto devemos com antecedência preparar a nossa vitória. Para isso devemos escolher candidatos que inspiram confiança ao povo”,
ACLIN reconhece sofrimento a que a população está votada devido ao custo de vida
Sobre a marcha inviabilizada pela polícia, embora reconheça que o custo de vida está insuportável e que por isso muitos moçambicanos estão a viver no sofrimento, o secretário-geral da ACLIN não desarma e parte para o ataque acusando a oposição e a sociedade civil de estarem a fazer um aproveitamento.
“Camaradas. Vivenciamos há pouco tempo e será recorrente nos próximos tempos, uma propositada e bem orquestrada confusão entre os partidos políticos e sociedade civil. Como Frelimo e Governo, temos a espinhosa missão de tudo fazermos para salvarmos a opinião pública desta flagrante manipulação em curso, com a qual pretende-se devastar politicamente a Frelimo e desorganizar administrativamente o funcionamento normal das instituições do Estado”, disse, destacando que o expoente máximo desta manifestação teve lugar no passado dia 18 em homenagem a Azagaia.
Fernando Faustino entende que as pessoas que requereram a realização da marcha são diferentes das pessoas, políticos e membros da sociedade civil que apareceram a dirigir as manifestações.
“O que significa que manipularam jovens e pretenderam aproveitar a ocasião para lançar recados políticos, desestabilizar o país e dar a sensação de ingovernabilidade do país, aproveitando-se do sofrimento a que a população está votada, principalmente depois da situação de ciclones e custo de vida”, disse, saudando a actuação das Forças de Defesa e Segurança.
Ao seu estilo característico, Faustino acusou a oposição de ser teleguiada por forças externas disfarçadas em sociedade civil.
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