Os agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) são acusados pelo Centro para Democracia e Desenvolvimento de assassinar três cidadãos civis, incluindo um professor simplesmente por estes terem recusado entregar seus telemóveis aos referidos agentes na passada sexta-feira, 09 de Junho, na vila de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado.
“… as três vítimas foram interpeladas por agentes da UIR no bairro Pamunda, por volta das 19h00, que exigiram os seus telemóveis. Mas as vítimas recusaram ceder os telemóveis, situação que levou os agentes a dispararem à queima-roupa”, avançou o CDD.
A organização revela que ainda que após os cidadãos terem sido assassinados, os agentes esvaíram-se do local abandonando os corpos onde permaneceram até a manhã do sábado seguinte e foram descobertos por populares locais.
Dentre as vítimas fatais estava um professor do ensino primário na escola de Milamba, que nos últimos dias leccionava numa escola localizada fora da vila sede porém, o seu corpo foi transladado e sepultado na aldeia de Nacololo, no distrito de Ancuabe, sua terra natal.
Por conta destes acontecimentos, professores e funcionários do Estado vivem momentos de preocupação e questionam a segurança em Mocímboa da Praia, para onde foram obrigados pelo Governo distrital a retornar sob pena de sofrer represálias caso não cumprissem as ordens.
“Na tarde de último domingo, alguns líderes locais foram apresentar a sua preocupação relacionada com a insegurança ao Administrador do Distrito de Mocímboa da Praia”, revela a ONG.
Importa referenciar que na semana anterior, os residentes denunciaram a morte de um jovem em Mocímboa da Praia, que teria sido agredido por um grupo de militares das Forças de Defesa e Segurança (FDS). “O grupo transportou o corpo numa viatura e foi abandonar num lugar distante do quartel, tendo sido posteriormente encontrado pelos residentes locais”, revelou uma fonte.
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