Membros de Mesa de Voto afectos à Escolinha Hassan Impura, no bairro de Magoanine A, arredores da cidade de Maputo, mandaram voltar desde a manhã desta quarta-feira, dezenas de eleitores alegadamente porque não podiam exercer o seu direito de voto de calções.
O facto pegou de surpresa muitos eleitores, sobretudo homens, que, por se tratar de um dia com tolerância de ponto, apresentaram-se no posto de votação de forma informal e descontraída.
Os eleitores desconfiam que possa se tratar de uma artimanha para impedir as pessoas de votarem, por isso, muitos voltaram à casa para colocar calças e retornaram à mesa de votação, mas já constrangidos, pois só foram informados da proibição quando já iam entrar na mesa de votação.
“Nós desconfiamos desta informação porque ninguém apareceu nas telas ou na rádio a informar que as pessoas deviam vir para aqui vestidas a rigor e foi o meu caso, eu vim de calções e queria exercer o meu dever cívico. Por ser cidadão e queria exercer o meu dever accionei o meu filho e ele me trouxe facto de treino. É constrangedor, porém já está feito”, relatou Manuel Macuacua, visivelmente agastado pelo facto de ter sido obrigado novamente a formar fila.
Um outro eleitor que preferiu na6o se identificar protestou, referindo que na6o faz sentido algum esta proibiça6o de eleitores exercerem seu voto simplesmente por estarem trajados de calções.
“Ficamos constrangidos porque chegamos de manhã, ficamos muito tempo na fila para depois voltarmos para casa. Por caso nunca vi nenhum artigo que fala disso. Que nos informem antes sobre estas proibições. Temos pessoas que estão a vir de outros pontos distantes para virem votar, agora imagina se virem se deparar com isso”, denunciou.
Refira-se que tirando este incidente, a votação, nas Assembleias de Voto visitadas pelo Evidências no bairro de Magoanine decorria sem sobressaltos, apesar de queixas de demora no atendimento, o que obriga os eleitores a permanecerem longas horas nas filas.
Evidências contactou a Comissão Nacional de Eleições (CNE) para se inteirar desta proibição, tendo prometido se pronunciar sobre assunto em breve, contudo a fonte assegurou que não existe esta proibição.
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