Samora Jr. denuncia assassinatos e existência de grupos criminosos dentro da Frelimo

DESTAQUE POLÍTICA

Coincidentemente no dia (19 de Outubro) que marca o trigésimo sétimo ano da morte de Samora Machel, vítima do acidente de aviação em Mbuzine, Samito, como é tratado no meio mais privado, manifestou publicamente que “há” uma Frelimo que não alinha com a fraude, violência e assassinatos perpetrados pelos membros da Frelimo e pela Polícia da República de Moçambique. Denuncia, no seu pronunciamento sobre o processo eleitoral, que “interesses pessoais e de grupo se sobrepuseram ao desiderato colectivo e propõe purificação das fileiras e a responsabilização dos responsáveis.

 

Naquilo que foi o primeiro anúncio público de um membro do Comité Central preocupado com a integridade do processo eleitoral e com o respeito pelas regras básicas da democracia, Samora Machel Jr começa por denunciar que quatro (4) concidadãos foram mortos a bala em Chiúre, na província de Cabo Delgado, por conta de diferendos eleitorais. “Foram mortos pelas balas disparadas pela polícia da República de Moçambique”, enfatiza, ilustrando que são moçambicanos que foram mortos pelas mesmas armas que deviam protegê-los.

De acordo com Samito, em todo lado, ouve-se o clamor do povo perante os atropelos flagrantes à integridade das escolhas feitas pelos eleitores durante o processo das eleições autárquicas do último dia 11 de Outubro de 2023.

“Na qualidade de membro partido Frelimo na sua direcção máxima (Comité Central), e com sentimento de profunda identificação com os ideias e história do Partido, expresso o meu total desacordo e desdém aos actos antipatrióticos, profundamente antidemocráticos que embora sejam praticados em suposta defesa dos interesses do partido Frelimo, no ranger e arrepio da verdade discredibilizam a marca FRELIMO perante o povo que por ele juramos lutar, libertar e defender”, denuncia.

 Para Samito, são actos que corroem o processo democrático, põem em risco a unidade nacional e comprometem a paz que se deseja para o povo Moçambicano, independentemente das opções partidárias.

O primogénito do primeiro Presidente de Moçambique, diz ser lamentável, que em momentos cruciais da vida dos moçambicanos como são as eleições, interesses pessoais e de grupo se sobreponham ao desiderato colectivo, “pondo em causa o nome do partido e da nação que um dia ousamos edificar”.

As eleições autárquicas são um pilar essencial da nossa democracia, pois permitem que o povo escolha seus líderes e programas de governação locais, num exercício activo de cidadania nas comunidades.

Das eleições do último dia 11 de Outubro, chegam relatos de acções e comportamentos por parte de membros do partido Frelimo, membros e agentes das autoridades eleitorais, elementos das forças de defesa e segurança (FDS), que interferiram profundamente na integridade do processo eleitoral, são acções, que de acordo com Samito, que vão na contra mão dos valores fundamentais da Frelimo, do estado de direiro e da democracia.

“Num momento em que a democracia sofre ataques um pouco por todo mundo, as acções e comportamentos que assistimos, minam a  confiança que os cidadãos depositam nas instituições sobretudo os mais jovens que acabam não vendo futuro no pais na democracia que queremos construir no dia a dia”, afirma, sugerindo, como solução, que “perante tal estado de coisas, é fundamental que se esclareça, esse antecedido de uma exaustiva investigação para identificar os responsáveis”.

Reitera que sem excepções, os culpados devem ser levados a barra da justiça, independentemente da sua filiação partidária. “Na nossa democracia a impunidade não pode e nem deve ser tolerada. Apelamos a CNE, guardião máximo da integridade dos processos eleitorais para que use toda a autoridade e instrumentos ao seu dispor para garantir um desfecho desta eleição que reflita efetivamente as escolhas feitas pelos moçambicanos”.

Ao Partido , Samito defende que é imperativo do momento a educação e qualificação de seus membros sobre a importância do respeito aos princípios democráticos, do estado de direito e a vontade do povo expressa nas urnas.

Termina afirmando que “não podemos, nem devemos tolerar nas nossas fileiras, indivíduos que cometeram actos condenáveis, pois a nossa conduta não se coaduna com este tipo de postura. A nossa nação e o nosso povo merecem um sistema democrático credível,sólido e confiável, e é responsabilidade de todos nós, que Moçambique trilhe pelo caminho do progresso democrático” e que “sem democracia não há futuro para Moçambique”.

Facebook Comments

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *