Dom Carlos “Pilatos” Matsinhe lavou as mãos e deixou a democracia ser crucificada

DESTAQUE POLÍTICA

Então Pilatos, vendo que nada conseguia, antes o tumulto crescia, pegando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste ajusto; isso é convosco”, assim rezam as sagradas escrituras. Tal como Pilatos, Dom Carlos Matsinhe, um homem de Deus que teve ao seu poder um voto de qualidade para pelo menos demarcar-se de todas as irregularidades que marcaram o processo considerado o mais fraudulento de sempre, preferiu “lavar as mãos”.

Numa eleição que teve lugar na noite de ontem para a validação dos resultados, a Frelimo determinou sozinha no órgão o futuro da democracia moçambicana, com oito votos a favor. Os membros dos partidos e ou membros da sociedade civil indicados pela oposição em número de cinco votos votaram contra, enquanto os dois outros votantes preferiram abster-se.

Entre os que preferiram abster-se consta nada mais, nada menos que o próprio presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Dom Carlos Matsinhe que preferiu eximir-se de alguma responsabilidade, lavando as mãos como Pilatos o fez quando foi chamado a decidir sobre a libertação ou não Jesus Cristo.

Embora o Partido Frelimo tivesse oito votos, que o garantiam vitória dada a ausência de dois vogais da Renamo e abstenção de um membro da sociedade civil, o voto de Dom Carlos Matsinhe, muito provavelmente podia, pelo menos, mostrar algum alinhamento com os apelos do Conselho Anglicano de Moçambique para a observância da lei eleitoral e a prática da verdade, pois “o povo moçambicano, os eleitores esperam de vós a honestidade, integridade, transparência, respeito e a verdade”.

Facebook Comments

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *