A vala comum, localizada no Cemitério de Lhanguene, é a solução para os corpos não reclamados trinta dias depois de terem dado entrada nas morgues das diversas unidades sanitárias da Cidade de Maputo. Em 2023, segundo revelou a directora da Saúde da Cidade de Maputo, Alice de Abreu, três mil corpos foram depositados na vala comum.
Nos últimos anos, houve um aumento exponencial de cadáveres que não foram reclamados pelos familiares nas morgues dos hospitais da Cidade de Maputo. Se em 2022 2207 corpos foram depositados na vala comum por não terem sido reclamados pelos familiares, em 2023 o número subiu para três mil.
Para congestionar as morgues, segundo revelou a directora de Saúde da Cidade de Maputo, Alice Abreu, o Conselho Municipal de Maputo tem estado a realizar sepultamentos na vala comum duas vezes por semana.
“Todo ano de 2023 tivemos três mil corpos não reclamados. Estamos a realizar duas vezes por semana enterros na vala comum para aumentar a capacidade de conservação, mas temos que também cumprir com a lei que é conservar até 30 dias para que o munícipe possa fazer a reclamação e realizar o enterro”, declarou Alice Abreu.
Alice Abreu disse ainda que a edilidade tem trabalhado com os órgãos de comunicação social para divulgação dos corpos não reclamados e, por via disso, há cadáveres que escaparam da vala da comum. Contudo, afiança que os números ainda não são animadores.
“Temos recebido alguns munícipes que não sabiam que o familiar perdeu a vida, mas ainda não é em número desejável. O que gostaríamos que todos corpos que dessem entrada pudessem ser reclamados para serem realizadas as cerimônias fúnebres”
A Morgue do Hospital Central de Maputo está no topo das preferências dos munícipes em casos de infortúnio e isso contribui para que esteja sempre acima da sua capacidade da conservação de corpos, enquanto a morgue anexa ao Cemitério de Michafutene tem estado às moscas.
Para descongestionar o morgue da morgue do HCM, o Conselho Municipal de Maputo insta aos munícipes para depositar os cadáveres em Michafutene, garantido que este tem a mesma capacidade da unidade de conservação da maior unidade sanitária do país.
“Estamos a fazer a divulgação nas reuniões comunitárias de que temos disponível a morgue anexa ao cemitério de Michafutne para o uso. Estamos a fazer a divulgação usando as redes sociais, partilhando a informação de que temos capacidade de conservação de 72 corpos na morgue anexa ao Cemitério de Michafutene. Temos também partilhado esta informação nos encontros com os líderes comunitários que é para partilhar com os seus crentes”.
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