Galiza Matos, Ana Rita Sithole, Conceita Sortane, Caifadine Manasse, Lucília Hama e António Boane entre os que não foram queridos

DESTAQUE POLÍTICA
  • Os “anjos” caídos: Houve “tombos” e choros nas internas da Frelimo

Entre sexta-feira e esta segunda-feira, o partido Frelimo, do Rovuma ao Maputo, elegeu em todos os círculos eleitorais os candidatos a deputados da Assembleia da República e a membros da Assembleia Provincial. Mais uma vez, o processo esteve envolto em polêmica, mas no fim, enquanto uns foram mais felizes, outros têm poucos motivos para celebrar, como são os casos de Galiza Matos Júnior, Caifadine Manasse, Lucília Hama, António Boene, José Amélia de Manica, Conceita Sortane, Ana Rita Sithole, entre outros que não conseguiram renovar os seus mandatos para a Assembleia da República.

O fim-de-semana foi agitado em todas as províncias do país, com os camaradas a tudo fazerem para merecerem a confiança dos respectivos comités provinciais para renovarem mandatos na Assembleia da República e Provincial, enquanto outros buscavam se estrear ou voltar ao parlamento.

Enquanto a uns coube a sorte de entrar na tão almejada lista, outros caíram de forma estrondosa, ficando praticamente sem hipóteses de serem deputados da Assembleia da República.

Entre os “tombos” mais sonantes o destaque vai para Galiza Matos Júnior, na província de Maputo, que saiu da sua precoce reforma (em virtude de ter feito três mandatos) para concorrer, e pela segunda vez consecutiva não conseguiu se eleger a deputado. Telmina Pereira, antiga governadora de Maputo, também não conseguiu convencer os seus pares para mais um mandato.

Na cidade de Maputo houve duas grandes surpresas. A eleição do jovem Jerson para a renovação, enquanto António Niquice, primeiro secretário da Frelimo na cidade de Maputo, foi eleito à tangente, estando na nona posição, ou seja, com poucas chances de entrar na Assembleia da República, tendo em conta que a cidade de Maputo tem apenas 13 assentos que são disputados com a oposição, que em média mete pelo menos quatro deputados.

Teodoro Waty, antigo presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais e Legalidade da AR, acabou não conseguindo se eleger. Bastante interventivo durante a sessão extraordinária do Comité Central que contestou Roque Silva, fazia parte de uma lista de alvos a abater por ter frustrado as intenções do chefe.

Aliás, relatos colhidos pelo Evidências indicam que, em Gaza, o grande destaque vai para Conceita Sortane, antiga ministra da Educação, que não conseguiu renovar o seu mandato, ficando assim de fora, depois de muitos anos como deputada.

Quem também não mereceu apoio dos seus camaradas é Ana Rita Sithole, antiga membro da Comissão Política, do círculo eleitoral de Inhambane, que não conseguiu votos suficientes para renovar, confirmando a sua decadente carreira política nos últimos anos. No mesmo círculo eleitoral, Gonçalves Maceda não conseguiu renovar.

Já em Sofala não conseguiram renovar mandato os deputados Lino Cheioza, Agostinho Chipindura, Lina Fifitine e Maria Somate. A grande surpresa neste ponto do país vai para a entrada na lista do jovem Júlio César, antigo apresentador de um programa de entretenimento da TVM. Enquanto isso, em Manica, o destaque vai para a queda do deputado José Amélia, antigo primeiro vice-presidente do Parlamento.

Caifadine Manasse punido pelos seus pares na Zambézia

Em guerra aberta com os seus colegas do círculo eleitoral na Zambézia após processá-los por alegada calúnia e difamação, Caifadine Manasse viu-se proibido de entrar na sessão do Comité Provincial da Zambézia. Mas mesmo assim, o seu nome foi mantido a concorrer pela continuidade.

Sem estar na sala e em guerra com alguns dos mais influentes membros da Frelimo na Zambézia, Manasse acabou obtendo somente 11 votos, ficando desta feita fora da corrida, numa lista dominada pelo seu arqui-rival Helder Injojo, que foi o mais eleito entre todos.

Em Nampula, até ao fecho desta edição, decorria uma recontagem dos votos após denúncias de irregularidades, no entanto, até no Domingo se falava da queda de Lucília Hama e António Boene, este último que no mandato em curso chefia a Comissão dos Assuntos Constitucionais e Legalidade da AR.

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