O agente alfandegário que foi detido na sequência de ter abortado a missão de se apoderar de carros “quentes” no parque do Posto de Controle Número 1 em Nampula não tem dúvidas de que foi o Secretário de Estado na apelidada capital da zona norte que ordenou a sua detenção pelo facto de ter vedado o acesso ao parque aos que pretendiam fotografar viaturas e, posteriormente, mandar para Jaime Neto escolher algumas para o uso pessoal.
O Secretário de Estado na província de Nampula, Jaime Neto, está no epicentro de uma polêmica na sequência de tentar se apoderar de carros “quentes” naquele ponto do país.
Embora a Procuradoria – Geral da República ao nível da província de Nampula não revelou que as ordens superiores vieram de Jaime Neto, o agente alfandegário, que responde pelo nome Aliírio João, numa entrevista concedida à STV e conduzida pelo jornalista Ricardo Machava, não duvida que foi o Secretário de Estado que ordenou a sua detenção por alegado incumprimento de ordens superiores.
“Aquele senhor ligou para o Secretário de Estado alertando que teve impedimentos da minha parte e, por sua vez, pediu que pudesse falar comigo… As identificações pelo telefone disseram que está chamada é do secretário do Estado, foi assim que pude saber que era o Secretário do Estado, foi quando rejeitei a chamada alertando que não era a pessoa própria porque temos procedimentos dentro da Autoridade Tributária. Existem pessoas que podem responder pelos serviços, pedi que ele quisesse falar comigo tinha que primeiro receber chamada dos meus superiores hierárquicos, tinha que ligar para os meus superiores, são essas pessoas que devia ligar falar com eles e, por sua vez, ligavam para mim para poder autorizar e assim se coisas deviam ser. Tenho fé e certeza que a ordem da detenção vem o Secretário do Estado porque a polícia não podia decidir sozinha vir me buscar sem saber o que está acontecer”, contou Aliírio João
Por outro lado, João revelou que foi encarcerado numa cela imunda e que nem sequer foi lhe dado tempo para tirar o uniforme que trazia no acto da detenção.
“O jovem ficou 45 minutos e depois disso vi uma viatura de marca Mahindra com seis elementos da PRM, chamaram r disseram que tinha que subir no carro. Perguntei qual era o problema e disseram que ia saber no comando. Pedi fazer uma chamada para o meu chefe, mas disseram que podia fazer enquanto estava no carro. Meteram-me nas celas fardado, dormia no papelão, almofadas eram pratos descartáveis juntadas e amarrados no plástico. Eram condições desumanas, dormia num sítio de fezes de ratos e os ratos eram meus colegas de cela”.
O Ministério Público reconheceu, por sua vez, que Aliírio João foi injustiçado, daí que promete averiguar e responsabilizar criminalmente a entidade superior que deus ordens para a sua detenção.
“Neste momento está a correr em sede da Procuradoria Geral da República da província de Nampula a averiguação no sentido de saber exactamente estas ordens são de quem dependente daquilo que for encontrado como manda a lei moçambicana será aberto um processo para evidentemente condenar a pessoa que ordenou esta detenção”

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