- Exigem pagamento de horas extras, 13º e melhores condições de trabalho
Milhares de funcionários e agentes do Estado, representados por quatro associações sócio-profissionais iniciaram, esta segunda-feira, uma greve geral por tempo indeterminado em reivindicação contra o não pagamento do 13º salário, para além de outros problemas que apoquentam os servidores públicos, como são os casos de horas extras e melhores condições de trabalho, pendentes que transitaram do consulado de Filipe Nyusi para o actual.
Evidências
Professores, enfermeiros, profissionais de saúde, motoristas e serventes, entre outros que fazem parte de pelo menos quatro organizações sindicais da função pública estão em greve desde esta segunda-feira em reivindicação, dentre vários, contra o não pagamento do 13º salário.
A greve foi mais acentuada e notória no Hospital Central de Maputo, onde enfermeiros e outros profissionais de saúde juntaram-se no banco de socorro, entoando hinos e gritos da revolta, enquanto o trabalho estava paralisado.
“Todos os enfermeiros foram unânimes em dizer que não se farão presentes enquanto não receberem o seu 13° salário”, destacou Raúl Piloto, presidente da Associação dos Enfermeiros, destacando que aquela classe reivindica ainda subsídios de turno, risco, transporte, assim como a padronização do subsídio especial
Os professore, por sua vez, exigem o pagamento do 13º na totalidade como condição para suspenderem a greve que acontece numa altura em que decorrem exames especiais de alunos prejudicados pela greve dos professores e manifestações entre Novembro e Dezembro.
“Agora não vamos aceitar aquelas percentagens e roubalheiras que o governo vinha dando ao funcionário publico. Agora queremos é o 13° salário na totalidade”, disse Isac Marrengula, presidente da Associação Nacional dos Professores (ANAPRO).
Até na Escola Internacional professores e funcionários exigem salários em atraso
No sector da educação, o caso mais impactante da greve foi registado na Escola Internacional de Maputo, uma entidade pública vocacionada à educação de filhos de diplomatas e da elite nacional e estrangeira, tutelada pelos Ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros. Aqui, professores e funcionários munidos de cartazes com mensagens de repúdio à situação financeira da escola, entoavam cânticos que denunciavam o que chamaram de “ditadura” na gestão da instituição. Contactado pelo Evidências para se pronunciar sobre as queixas dos professores e funcionários, a direcção da Escola Internacional de Maputo preferiu se fechar em copas.
“Queremos nossos salários, a baixa a ditadura’’, era entoado em alto e bom som pelos trabalhadores insatisfeitos que tomaram de palco o pátio da Escola para expor as suas inquietações.
Os funcionários exigem uma solução imediata e esperam que as autoridades competentes tomem medidas para normalizar os pagamentos e melhorar as condições de trabalho. Até o momento, a Direcção da escola e os ministérios responsáveis ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso, tendo sido frustradas todas as tentativas de contacto para o esclarecimento do assunto
Em 2024, de acordo com os funcionários e professores da Escola Internacional de Maputo, desistiam por dia entre 05 e 07 alunos devido a insatisfação de número considerável de pais e encarregados de educação pelo facto daquele estabelecimento de ensino estar apenas preocupado em incrementar o valor das propinas ao invés de melhorar as condições para estudantes e o corpo docente.
Por outro lado, Lukas Mkuti, director da Escola Internacional de Maputo, é acusado de arrogância, incompetência e má gestão de fundos, sendo, há relatos de Nkuti é quem faz pessoalmente as compras, mesmo quando se trata de material de limpeza.
Contactado pelo Evidências para se pronunciar sobre as queixas dos professores e funcionários, a direcção da Escola Internacional de Maputo preferiu se fechar em copas.

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