No último discurso disse que terroristas estão desarticulados, mas no passado chegou a dizer que terrorismo estava no fim

DESTAQUE POLÍTICA
  • Nyusi entrou a mentir e sai a mentir
  • Nem cinco dias passaram e os terroristas voltaram a atacar em Macomia
  • Nyusi e Bernadino Rafael sempre trouxeram discursos triunfalistas sobre a luta contra o terrorismo, mas insurgentes provaram o contrário

Na hora do adeus como Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, agradeceu o empenho das Forças de Defesa e Segurança (FDS) na defesa da soberania nacional e garantia da ordem e tranquilidade públicas em Moçambique. Revalivamente ao combate ao terrorismo, Nyusi referiu que os insurgentes estão em debandada da provincia de Cabo Delgado. “Ainda esta manhã reuni-me pela última vez com as FDS e tive a boa novidade de que os terroristas estão desarticulados”. No entanto, olhando para o passado, nem sempre as declarações triunfalistas do antigo Estadista foram acertivas, uma vez que os insurgentes continuaram a protagonizar ataques em alguns distritos da provincia de Cabo Delgado e nalgum momento chegando a ocupar vilas sedes. A título de exemplo, antes de uma semana após ter dito que os terroristas estão desarticulados, este domingo, atacaram em Macomia, onde incendiram um camião e saquearam produtos.

Duarte Sitoe

No seu último discurso como Alto Magistrado da nação moçambicana e como Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Nyusi quis mostrar ao mundo que sai da Ponta Vermelha com a questão do terrorismo contralada.

Nyusi referiu que que os terroristas estão enfraquecidos no Teatro Operacional Norte e que estão em debandada.

“Ainda esta manhã reuni-me pela última vez com as Forças de Defesa e Segurança e tive a boa novidade de que os terroristas estão desarticulados”, disse Nyusi

Com este discurso, aquele que se autintilou “empregado dos moçambicanos” abraçou, mais um vez, o triunfalismo enquanto pairam incertezas sobre o real estágio da luta contra os grupos armados que desde Outubro de 2017 semeam luto e terror na provincia de Cabo Delgado.

Aliás, ao longo do seu segundo e último ciclo de governação Filipe Nyusi veio ao terreno referir várias vezes que a situação estava controlada no TON, dando a entender que a vitória contra o terrorismo estava a escassos metros.

No entanto, sempre que Nyusi falou sobre os avanços das Forças de Segurança e o aparente fracasso do inimigo, os insurgentes faziam questão de provar o contrário, protagonizando ataques em alguns distritos daquela provincia.

Em alguns distritos como Quissanga os terroristas foram vistos a circular a vista de todos, orientado por longas horas na mesma aldeia e para variar improvisaram portagens com proposito de cobravam taxas aos automoblistas que passavam nas princinpais estradas daquele distrito sem registo de confrontos com as FDS.

Em Maio de 2024, o então Presidente da República referiu que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, apoiadas pelos contingentes das Forcas de Defesa do Ruanda, Missão Militar da SADC (SAMIM) e a Força Local, conseguiram desactivar terroristas das sedes distritais que haviam ocupado  há cerca de dois anos.

“Neste dia em que recordamos os mártires de Mueda queremos igualmente fazer uma vénia aos briosos  jovens oriundos de todas regiões do país que, neste momento, combatem o terrorismo que afecta alguns distritos desta província “, disse Nyusi.

No mesmo mês, não obstante ao discurso triunfalista de Filipe Nyusi, os terroristas atacaram a vila de Macomia, saquearam varios produtos, envoleraram em confrontos com as FDS, provocando varios mortos e feridos.

Ainda no mês de Maio, o Comandamte – Gal da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, disse que “guerra contra o terrorismo está quase a chegar ao fim”, alertando para operações militares finais mais duras, em Cabo Delgado.

“Não estamos a dizer que chegámos ao fim, mas está quase (…) A guerra é mais dura, difícil, quando chega ao fim, quando está quase a chegar ao fim”, enfatizou Bernardino Rafael.

Para ilustrar o sucesso da luta contra a insurgência, Rafael trouxe à baila que 54 terroristas foram mortos nos entre Março e Maio em confrontos com as forças governamentais apoiadas pelas forças amigas, tendo vincado a “Continuaremos a combater, sem trégua, os terroristas, até ao último reduto”. Mas os terroristas trataram de desmachar a propaganda logo a seguir, protagonizando novos ataques e voltando a ocupar a zona de Mucojo, enquanto esporidicamente atacavam algumas aldeias de Mocímboa da Praia..

Terroristas intesificaram ataques no último trimestre de 2024

Em Junho, Nyusi veio com um outro discurso, ou seja, disse que forças governamentais empuraram o inimigo para o mato. Entretanto, provaram que o Estadista estava errado, visto que entre os dias 08 e 11 atacaram as aldeias de Namapa e Manica no distrito de Macomia, tendo ainda restabelecido as suas bases em Mucojo.

De acordo com o Cabo Ligado, nesse período os terroristas saquearam um centro de saúde e incendiaram uma escola na aldeia de Nacoba, no distrito de Quissanga antes de passarem por Nicavaco,  na estrada N1, nos arredores de Pemba, onde queimaram vários veículos na aldeia de Nahavara, no distrito de Mecufi para mais tarde queimaram e saquearam a aldeia vizinha de Nicupua, no distrito de Chiúre.

Em Setembro, Filipe Nyusi, assegurou, perante uma delegação americana do International Conservation Caucus Foundation Group (ICCF)  que a situação está relativamente calma em Cabo Delgado, apesar de alguns ataques esporádicos de terroristas.

Nyusi garantiu que, apesar dos focos de terrorimso, o Moçambique está em paz.  “Estamos numa fase de reconstrução, apesar de os terroristas ainda aparecem. Assim, se calhar, estão a ouvir-nos e, amanhã, surjam a fazer alguma coisa e parecer que existem. Em Mocímboa da Praia, vila que esteve muito tempo abandonada, a população já regressou”, assegurou Filipe Nyusi.

Entretanto, tal como aconteceu nas outras vezes que Nyusi veio ao terreno com um discurso triunfalista, no último trimestre do ano passado, os terroristas protagonizaram vários ataques na província de Cabo Delgado, contrariando a narrativa presidencial.

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