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Agentes do serviço M‑Pesa da cidade e província de Maputo concentraram‑se hoje de manhã nas instalações da empresa Vodacom, no bairro do Ronil, para protestar contra os cortes anunciados nas comissões de levantamentos, depósitos e outros serviços financeiros. O facto ocorre um dia após o feriado do Dia do Trabalhador, data em que as novas regras teriam entrado em vigor e, por isso, ameaçam paralisar actividades ou mesmo abandonar a profissão.
Segundo os manifestantes, a operadora alega “irregularidades” na prestação dos serviços pelos agentes. Enquanto os outros trabalhadores celebravam seu dia com pompa e circunstância, os agentes M-pesa pelo menos nas regiões supracitadas, foram surpreendidos com uma mensagem da operadora que anunciava cortes exuberantes nas comissões mensais para além de uma convocatória para uma reunião.
”Isso começou ontem, no dia 01. A Vodacom geralmente nos manda uma comissão no final do mês do trabalho que fizemos durante 30 dias que inclui levantamentos, depósitos e daqueles pacotes que os clientes compram. Ontem, quando recebi a minha comissão fiquei espantado porque cortaram minhas comissões e quando liguei dizem que cometi fraudes”, disse Maria Paulo (nome fictício).
Maria, acrescenta ainda que: “dizem que os cortes que eu sofri é por causa de irregularidades que eu cometi. Quando perguntei, disseram que é porque faço depósitos à distância o que não constitui verdade”, desabafou.
Após a insistência, a Vodacom tranquilizou a dona Maria e aos demais, alegando que iria devolver o dinheiro cujo sofreram cortes nas comissões mas, até o dia de hoje não lhes foram desembolsados.
Ontem, 01 de Maio, por conta da crescente onda de reclamações e agentes, a empresa de telecomunicações, convocou uma reunião para hoje, às 10h, nas suas instalações do Ronil, mas até as 15h os agentes ainda permaneciam no local (dentro e fora), exibindo cartazes e interrompendo “parcialmente” o fluxo de clientes.
“Fomos chamados para discutir, mas até agora ninguém falou nada de concreto”, queixou‑se outra agente, visivelmente frustrada acrescentando que “a empresa quer nos atrapalhar porque quando chegamos, disseram que era para entrar um por um mas negamos”.
Em clima de tensão, alguns manifestantes ameaçam amotinarem-se, na próxima segunda‑feira, nas instalações da sede da empresa, em Maputo.
“Nós só queremos nosso dinheiro. Desde manhã às 10 horas estamos aqui e não estão a nos dizer nada. Se não termos resposta vamos chegar até a sede da Vodacom para nos darem o que é nosso por direito, nós trabalhamos para ter o dinheiro que nos cortaram”, disse um agente em anonimato.
Como de costume em manifestações deste tipo, no país, a Polícia da República de Moçambique (PRM) encontrava‑se no local, com agentes armados mantendo o perímetro de segurança e evitando confrontos directos. Até a nossa saída do local desta, não foram registados incidentes de maior gravidade nem confrontos físicos entre as 03 entidades.

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