A caça às bruxas (Parte 1)

OPINIÃO
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Felisberto Botão

A sociedade moçambicana está tomada por feitiçaria, o banquete é geral, que as noites chegam com júbilo e trompetes, e quase já não há espaço para os eventos festivos da classe. Todos cruzamentos, todas as árvores de porte, todas as ruínas, todos os terrenos abandonados nas cidades são centros de banquetes estrondosos. As cidades moçambicanas estão com noites e madrugadas ruidosas, com movimento desusado, mas visível apenas para alguns.

Ai do povo se pudesse ver e ouvir. Eu falo para que alguém oiça, hoje ou um dia lá mais para a frente, porque estou com muita fadiga. Luto há mais de cinco anos para proteger o meu património e a minha família sobre constantes ataques, antes de um inimigo desconhecido, hoje muito bem identificado. Decidi escrever o livro em 2023, SER ESPIRITUAL, no qual procuro explicar e denunciar alguns contornos deste mundo obscuro, e aí a violência cresceu para o meu lado, brancos, pretos e mulatos caíram para cima de mim, tomei consciência da dimensão e alcance real que este mundo tem, é uma mistura total, onde a linguagem comum é poder e dominação no meio do caos. O meu livro tornou-se um alvo a eliminar, a apagar do mercado.

Os feiticeiros vivem de festas; música, dança, álcool, sexo, rituais e exibição de troféus conquistados…

Quem vai socorrer-nos disso, se a Ametramo está tomada, o conselho cristão está tomado, o conselho islâmico não sei, mas este, de qualquer forma, não se identifica com África e está virado para servir o mundo árabe, lá fora de África. O pior de tudo, o Governo e o Estado estão tomados.

Quem vai salvar esta sociedade? Será que ainda sobra algum curandeiro original? Porque só esses podem acabar com isso, ou um dirigente ainda limpo, que pode introduzir a caça às bruxas, de forma física, como um dia fizeram na Europa, na idade média.

Durante cerca de 400 anos, a caça as bruxas vigorou na Europa, principalmente em países como a França, Escócia, Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália, Luxemburgo e Suíça. Como se pode ver, não foi uma solução eficiente, e muito menos efectiva, por conta do tempo que o processo levou, e nem por isso as bruxas pararam de multiplicar-se. Se não for bem estruturada e fiscalizada, a caça às bruxas abre espaços para aproveitamentos para atingir pessoas inocentes por conta de desavenças sociais comuns, ou disputa de poderes de qualquer natureza. Na Europa aconteceu muito e a situação ficou fora do controlo.

Foi aí que a sociedade da bruxaria começou a infiltrar-se e a capturar as instituições, para mudar as leis a seu favor, e hoje, mesmo na Europa na América e no Canadá, estes controlam as instituições estruturantes.

Nos países europeus, o ocidente no geral, negociaram e alcançaram um comprometimento de um padrão mínimo de vida do povo e do país. Os cartéis se restruturaram e evoluíram, e criaram outro tipo de organizações, daí ouvirmos designações como Maçonaria, Iluminante, etc., mas sempre com foco no poder e domínio, e o seu controlo nas instituições permite que participem na formulação de leis e directivas, e asseguram que não mais serão perseguidos e caçados, e estes, por sua vez, permitem uma liberdade aceitável na sociedade, onde o cidadão tem acesso a um padrão de vida, infra-estruturas básicas, higiene, serviços, etc.

Por trás da caça às bruxas estava o cansaço da sociedade perante a interferência do curso normal das suas vidas em quase todas as dimensões, física, sexual, económica, financeira, vida social, serviços básicos e espiritual, pois, com a multiplicação de feiticeiros na sociedade, eles começam a disputar espaço, e acabam começando a explorar novos espaços, antes inimagináveis.

Em Moçambique, por exemplo, os bancos estão tomados e a ser usados por cartéis de feiticeiros, de onde fazem parte alguns gestores de topo da administração de bancos, certos gestores de gabinetes de recuperação de crédito, em conluio com agentes de tribunais e até alguns juízes, e acabam envolvendo a classe dos advogados, tanto do lado dos clientes e assim como dos próprios bancos.

Os bancos penhoram os bens dos clientes, mas nunca conseguem vender os mesmos, introduzindo custos desnecessários e altos nas suas operações, por conta da conservação destes activos. Isso porque esses bens, e principalmente imóveis, apesar de estarem em nome dos bancos no mundo físico, os mesmos já têm donos no mundo espiritual, pois eles são distribuídos entre os membros dos cartéis, e já usam os imóveis para convívios, festas, etc., embora para todos nós no mundo físico, os imóveis pareçam vazios.

Os bancos ficam com os custos de conservação e manutenção apenas, outra forma que os cartéis usam para roubar dos próprios bancos. Triste cena. E estes cartéis decidem quando é que agem perante certo cliente, quando o acham “amadurecido”, com uma carteira de activos apetecíveis, e assegurando que as suas fontes de rendimento estão enfeitiçadas e comprometidas, com poucas chances de capacidade de defesa, por falta de recursos. São macabros, você pode passar a prestar atenção no padrão. A igreja, por incapacidade de ler o problema, aconselha as pessoas a afastarem-se das dívidas, mas as dívidas não são, e nunca foram um problema, os cartéis de feiticeiros dentro do sistema bancário é que o são.

As vezes também agem com certos clientes para puxar a energia do evento da exposição pública, quando se trata de clientes famosos ou politicamente conectados.

No artigo passado discutimos aqui o tema “O assalto espiritual das instituições em Moçambique, que estão a definir o rumo desta nação. E tratando-se maioritariamente de espíritos das trevas, explica-se o caos que este país se tornou. Os europeus davam o nome de bruxas, aqui entre nós, embora também por influência de europeus, tratamos por feiticeiros. Quem acompanha a história europeia, sabe a porcaria que era a Europa na idade média, onde o banho não fazia parte da vida dos cidadãos, a higiene dos mercados e dos espaços no geral eram uma lástima. Hoje é este padrão que estamos a assistir em Moçambique, e um pouco pelo continente africano no seu todo. Herdámos tudo, e a feitiçaria ama o lixo, o caos e a escuridão…

A feitiçaria é um assunto sério, e está a tornar-se uma praga na nossa sociedade. Há mais homens de fato e gravata e mulheres de salto alto a praticar a feitiçaria, do que se pode imaginar, e abundam nos escritórios e sectores públicos, que estão a inviabilizar a construção da nação moçambicana. Quando você é ignorante ou negligente em relação à matéria da feitiçaria, ou ainda lhe induzem a ter vergonha de abordar o assunto, corre o risco de se tornar um “lixo espiritual”, onde os feiticeiros depositam espíritos maus para parqueá-los por anos, até que você um dia descubra e devolva a proveniência, se não morrer antes disso.

As mortes de empreendedores, a falência de negócios e decadência das instituições do Estado provocadas pelo feitiço está a crescer exponencialmente, e a nossa “civilização” impede que o problema seja tratado, pois as estruturas social e legal herdadas do colono não reconhecem este problema. A AMETRAMO não está a fazer o seu papel, o conselho cristão também não, e o Estado não tem nenhuma instituição que vela pela integridade espiritual da sociedade, mesmo sendo este o principal factor determinante da vida do país.

Regra geral, o feitiço envolve espíritos, e nem sempre os que o procuram sabem exactamente com o que estão a lidar, apenas estão focados nos resultados. Isso faz com que as pessoas carreguem consigo muitos espíritos, que foram buscar ou trazidos para as suas vidas pelos espíritos que foram buscar.  Os espíritos passam a mandar nas suas vidas, ou são manipulados por falsos curandeiros, e neste caso, estes agem com a cabeça dos curandeiros, que infelizmente, regra geral, não tem o alcance dos contornos de negócios e de governação. Resultado, as acções são conduzidas de forma ad-hoc, não há estratégia nenhuma…

As pessoas já não estão a pensar por si, perderam completamente a sua humanidade. Isso explica em parte o desdém dos funcionários nas repartições públicas, e o desligamento dos dirigentes com o povo, e a insensibilidade dos mesmos com os problemas deste povo. O povo passou a ser um empecilho que desvia os líderes do seu foco, que é fazer acordos vantajosos para si e acumular riqueza, porque é sua vez.

Os espíritos pedem sangue, e os homens obedecem cegamente. Há entidades transcontinentais que estão tomando conta da nossa nação, são satânicos, e usam os homens de espírito e personalidade fracos. O genocídio de cerca de 1 milhão de vidas em Ruanda era de sangue que se precisava, milhares de mortes no Sudão, centenas de milhares na Ucrânia, são necessidades do sistema satânico que controla o mundo. Engana-se quem pensa que os 400 e poucas mortes em Moçambique, na sequência das manifestações pós-eleitoral, impressionaram o mundo. Esqueçam isso, não será surpresa se isso voltar a despoletar e piorar, pois o sufoco do povo não passou, e a feitiçaria não está estruturada para acomodar o bem-estar, só o caos.

Ninguém mais entende a lógica básica da humanidade. Para onde estamos a caminhar? Esta condição afecta a estrutura cognitiva e emocional, a ponto de formular os problemas de forma desestruturada e lutar lutas que não deviam ser, em que o vencedor nunca é você, e nem o seu semelhante. Instituições que deviam ser o garante da coesão do Estado e garante da soberania agem como cartéis de gangsterismo por ter no seu comando pessoas completamente destituídas de sua essência humana – os espíritos do mal estão no comando.

O sistema bancário, o sistema fiscal, o sistema judicial, o sistema de “procurement”, o sistema empresarial, o sistema espiritual e vários outros, onde passa o dinheiro e o poder, estão tomados por cartéis de feitiçaria. Não sei quem poderá salvar o sistema, porque a igreja e a AMETRAMO também estão tomados.

Estes feiticeiros precisam que você se distraia com problemas, e de preferência que envolva perda de dinheiro. Nas empresas, seu novo alvo preferencial, mexem com a Contabilidade, INSS, Finanças, etc., e você, proprietário, não tem tempo para focar-se no trabalho produtivo, e muito menos neles próprios.

Meninas bonitas, jovens estudados e inteligentes, gestores públicos reputados, artistas e estrelas de TV, entre vários outros grupos que acima de qualquer suspeita, podem ser encontrados como parte destes cartéis de feitiçaria, o que me faz acreditar na teoria vampira de transmissão do feitiço.

A libertação das mentes do povo africano será a batalha mais dura do que a erradicação dos regimes coloniais” – Patrice Lumumba, primeiro-ministro legalmente eleito da República Democrática do Congo, foi assassinado pelo governo americano, em conjunto com o governo da Bélgica, a 17 de janeiro de 1961.

A consciência africana está a crescer, e cada vez mais os jovens começam a perceber que a razão do seu sofrimento não é a pobreza do seu país, mas sim a servidão dos seus líderes ao sistema colonial, por conta da desumanização por espíritos das trevas. E quanto mais cresce a consciência, mais os governos africanos se vêem confrontados a reprimir de forma directa o seu próprio povo, incluindo assassinatos daqueles que acham que têm liderança. Que direito é esse, e quem lhes concedeu?

Para esta consciência africana ser efectiva, precisa de ser guiada através de líderes entre a juventude que estejam isentos da infecção pela feitiçaria, mas que tenham consciência da guerra espiritual implantada, para que possam promover e proteger o curandeirismo verdadeiro, ou então, através de meios físicos como na experiência europeia, avançar pela caça às bruxas. Não há outra salvação para esta nação, antes que seja tarde demais…

O seu comentário e contribuição serão bem-vindos. Obrigado pelo seu suporte ao movimento SER ESPIRITUAL  https://web.facebook.com/serespiritual.mz/

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