Felisberto S. Botão
Deus cria-o um homem, e está consigo desde que você se forma num embrião, e ele completa a sua formatação quando você nasce, e entrega-lhe um mundo de abundância, com todos os seus sentidos apurados, para que você possa tirar o máximo benefício das dádivas da vida física.
Os seus canais de energia vital é que podem ser bloqueados, e você sofre uma infestação espiritual, o que lhe impede de colher os benefícios de estar vivo nesta dimensão física da vida.
Muita gente teve uma reacção de susto com a realidade “nós matamos os nossos messias”, que apresentamos aqui no artigo passado. É uma realidade que já não dá para negar ou esconder, pois tal como profissionais marranzas nas empresas, em que os empreendedores estão a ser dizimados, nas famílias, os irmãos e os tios matam-lhe de vagar, através do ataque aos seus canais de energia vital. Esta é uma guerra silenciosa, e subterrânea, que está a dizimar a nossa nação de forma mais violenta que o neocolonialismo, estamos a virar canibais, literalmente, porque já estão a comer partes do corpo e órgãos, você ainda vivo. E note-se, os profissionais marranzas precisam da acção dos irmãos, tios e tias, para terem acesso a sua vida e agirem efectivamente contra si. O problema começa e termina na família.
Daí a necessidade de eu explicar mais um puco este dilema que vivemos, através do conceito substituição espiritual.
A feitiçaria em África tornou-se um problema com a chegada dos portugueses, secundados pelas potências coloniais, como a Bélgica, França, Inglaterra, Alemanha, Holanda entre outras, pois usaram o poder espiritual africano para destruir a própria África, e domina-la completamente.
As primeiras tentativas dos portugueses invadirem e ocuparem África pela força redundaram em fracassos, e foram precisos quase dois séculos, até meados do século XV, para que os europeus, liderados pelos portugueses, encontrassem o segredo africano, e o usassem contra este, e lograr os seus intentos de dominar África e sua gente para sempre. Aliás, África continua até hoje a solução dos problemas europeus, eles ainda não encontraram uma alternativa viável, daí não terem mudado a sua postura perante os africanos.
Os europeus descobriram que o feitiço é transmissível espiritualmente, e preferencialmente para pessoas com alguma ascensão espiritual. Eles já sabiam que o africano tinha na espiritualidade a sua principal força, que o curandeiro era o elemento central para a prática da espiritualidade africana, e que este nasce em cada família africana, escolhido pelos espíritos.
O europeu decidiu então atacar a família africana, o que foi possível com a introdução da religião cristã modificada, que centrava-se na elevação de um Jesus Cristo Branco, da cor do europeu, que estes traziam para salvar os pecadores em África. Para esta salvação ser possível, era essencial que o africano passasse pelo baptismo, o chamado “nascer de novo”, entregando a sua cabeça à imposição das mãos de um clérigo branco.
Neste processo da cristianização, o europeu encontrou formas de interferir na vida espiritual do africano, e uma das dimensões foi a substituição espiritual.
Sendo o curandeiro uma pessoa do bem, que tem o poder natural, que protege e salva o povo, era importante afecta-lo com o espírito do mal, substituindo o bem pelo mal, preferencialmente na tenra idade, daí a narrativa de baptizar os nossos bebés, que nós entregamos com agrado. No lugar de purificar, estavam a sujar as nossas crianças, substituindo o espírito curandeiro pelo espírito feiticeiro. Esta guerra não acabou, pois, conseguindo isso, retira-se do africano a sua maior protecção.
Até hoje, toda criança que nasce em África, com o espírito curandeiro, torna-se logo um alvo de ataque para a substituição espiritual, para torna-la um feiticeiro.
O feitiço é um espírito branco, que alimenta ódio doentio pelos africanos, e quer destruir tudo o que é africano, a sua luz e a sua prosperidade. Constrói e alimenta narrativas estereotípicas contra o africano, para justificar a destruição e pobreza injustificadas a volta do africano, apesar de toda a riqueza que este possui.
O facto é que o feitiço incorporado no homem africano, toma a imagem deste. E o que é visível, é o homem negro combatendo o seu irmão, espalhando ódio e destruindo os bens e os negócios, criando doenças e afectando as capacidades cognitivas do outro irmão.
Na verdade, quem está a fazer isso é o espírito branco incorporado no homem negro. A narrativa de “self-hate” é uma farsa, pois quem odeia o africano não é o próprio africano, mas sim, o branco.
O pior é que os irmãos envolvidos nestas práticas feiticeiras acreditam que estão a trabalhar para eles mesmos, mas na verdade, eles estão a ser manipulados dentro de uma matriz por espíritos alheios, a favor do povo branco, e não percebem.
Porquê nós africanos precisamos prestar atenção a este caso? É que a feitiçaria é como uma doença epidêmica transmissível, que nem o conceito do vampiro, com que muita gente está familiarizada. A pessoa mordida, contamina-se e se transforma, e passa a agir como o vampiro, e morde outras pessoas, que também vão transformar-se em vampiros.
Quando um irmão africano está contaminado com o espírito feiticeiro, ele ganha a mentalidade branca e passa a odiar tudo o que é africano, e a si próprio, e quer destruir sem motivo aparente, e especialmente aos Messias, que representam uma possibilidade real da recuperação da família africana. O pior de tudo é que ele não tem consciência da anormalidade do seu novo estado, e pode transmitir isso para outras pessoas da comunidade, e preferencialmente, ele sonda dentro da sua família e não só, aquelas pessoas que têm o espírito de curandeiro e não o atendem, por desconhecimento ou por desligamento, e fazem a substituição. Até seus próprios filhos nascidos podem ser vítimas de suas acções.
O feiticeiro de hoje, resultado da substituição espiritual, fica com a capacidade cognitiva reduzida, e perde a visão ampla sobre a vida, e foca-se em pessoas, e tudo o que estiver relacionado a pessoa especifica, ele destrói. Entretanto, ele não tem a percepção que está a destruir toda uma nação, e o futuro de seus filhos, netos e pessoas suas semelhantes.
A guerra espiritual na família acaba sendo um pouco mais que resistência a prosperidade, roubar a estrela, ou bloquear o progresso dos Messias, pois há uma dimensão de encobrimento de feitiçaria, pois regra geral, os Messias têm luz e tendem a conectar-se com os ancestrais, os defuntos bons da família, e estes quando estão acomodados, expõem os feiticeiros da família. Daí a luta para matar os Messias antes de ganharem consciência da realidade espiritual, e normalmente envolvem-nos em rituais, geralmente encobertos com a igreja, sem a percepção destes.
A maioria dos Messias de quem falei no artigo passado, tem uma luz muito forte, mas muitos destes não sabem e não têm ideia se quer da sua força e do seu brilho, por serem prevenidos desde cedo o contacto com a realidade espiritual.
O pior de todo isso é a negação do homem preto comum, que de tão macabro que é este plano, ele não acredita e nem vê lógica nisso.
Enquanto você se desdobra na negação da sua tradição e da sua negritude, no seu esforço de se integrar na comunidade europeia, com a qual você sente que melhor se identifica, os curandeiros e pastores de pouca honestidade, os tios e tias com esta ascensão, estão a roubar a sua estrela, às vezes, as suas estrelas, e infelizmente, a dos seus filhos também.
Todos nós temos as nossas estrelas, que têm várias dimensões, desde a sua aura de nascença, aos seus anjos, que não passam de espíritos ancestrais que tomam este papel, por designação natural. Estas estrelas têm sustentado a nossa vida, a nossa prosperidade e a nossa ligação com o universo. Entretanto, por estabelecimento natural, estas estrelas precisam de alimento espiritual, que deve ser garantido por nós, os físicos, para assegurar a ligação energética necessária entre nós e eles, o que habilita a fluidez da vida, da prosperidade e da comunicação com o universo, ou seja, com Deus, se assim o preferir, o que é possível a partir de rituais.
Como você está em negação, não saberá como cuidar da sua estrela através de rituais dentro da sua tradição, e ela pode se cansar, ou seja, enfraquecer a energia que a liga a si, e ficar vulnerável.
Como você sabe, nem todas as estrelas têm o mesmo brilho, e muito menos a mesma energia. Assim também é com as nossas estrela, portanto a sua estrela, ou suas estrelas, podem ser muito mais brilhantes que as do seu curandeiro, do seu pastor ou “daqueles seus tios”. Enquanto você pensa e acredita que o seu sucesso deriva da sua academia ocidental e do Jesus Cristo branco, na verdade o mérito é das suas estrelas, mas que você não honra.
É neste momento que aqueles que entendem, como os curandeiros, ditos pastores e aqueles tios, percebem a vulnerabilidade das sua estrelas, e sua ignorância, como dono das estrelas, elas lhe envolvem em procedimentos, que na verdade são rituais, para lhe roubar, pois elas sabem muito bem como fazer uso desta riqueza, que são as estrelas espirituais, e lhe deixam na pobreza, e alguns casos lhe levam a morte prematura.
Sociólogos e psicólogos devem rever os princípios e a sua base de trabalho, pois estão a andar no caminho desviado, deixando de lado a principal dimensão que define a estrutura social, até económica do nosso país.
Não deixe que isso aconteça na sua vida por puro egoísmo, inteire-se sobre a sua tradição e sua história, busque o conhecimento para deixar para a posteridade. O problema maior está no facto de isso afectar os seus filhos e seus netos. Parte das suas estrelas, devem necessariamente passar para seus filhos, mas se lhe roubam a si, você nega a eles a possibilidade do resgate e de reconectarem-se, perdem esta herança, e poderão ser mais pobres do que deveriam ser…
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