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Naquele que é o capítulo mais recente da crise de divisas, a companhia aérea sul-africana Airlink poderá suspender a emissão de bilhetes em Moçambique, dentro em breve, caso persistam os constrangimentos relacionados com a repatriação de fundos provenientes da venda de passagens no País.
Enquanto, o Banco de Moçambique continua a desdramatizar a crise de divisas e o Governo parece ter comprado a narrativa do regulador do sector bancário de que os bancos é que são culpados pela falta de dólares no mercado, os sectores de actividade continuam a se ressentir.
Depois dos importadores de medicamentos terem, há dias, em entrevista exclusiva ao Evidências, alertado que nos próximos tempos poderão escassear fármacos por causa da dificuldade de importação imposta pela crise de divisas, eis que mais uma companhia aérea anuncia a possibilidade de suspender a emissão de bilhetes. A partir de Moçambique.
Numa carta dirigida ao presidente da Associação de Agentes de Viagem e Operadores Turísticos de Moçambique (AVITUM), Noor Momade, a transportadora reconhece que as dificuldades de repatriar fundis provenientes da venda de bilhetes por causa da crise de divisas no mercado moçambicano, têm colocado “considerável pressão” sobre as suas operações financeiras, podendo comprometer a sustentabilidade das actividades comerciais na região.
Segundo a empresa, apesar do “compromisso de longa data em servir a região e apoiar o comércio local de viagens”, os entraves para transferir receitas para fora do País têm obrigado a repensar o modelo de funcionamento.
“Estamos seriamente a considerar a suspensão da emissão de bilhetes através dos canais locais de venda em Moçambique”, lê-se no documento assinado pelas responsáveis da Airlink, Lorraine Omar e Karin Murray.
A companhia admite que a decisão, a ser confirmada, terá impacto directo nos agentes de viagem, passageiros e na indústria do turismo moçambicana, mas garante que está a explorar “todas as vias possíveis para resolver a situação em colaboração com as autoridades relevantes”.
A Airlink assegura ainda que manterá uma comunicação transparente com a AVITUM e que, em caso de suspensão, dará aviso prévio suficiente e apoio logístico para minimizar os danos para os clientes e parceiros.
Uma fonte do sector turístico e de viagens em Moçambique revelou ao Evidências que acompanha com apreensão a situação, já que a eventual saída da Airlink poderá afectar a conectividade aérea regional e encarecer ainda mais o custo das viagens para dentro e fora do País.



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