Moçambique reconhece focos de pobreza extrema apesar de avanços no desenvolvimento social e económico

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A Primeira-Ministra de Moçambique, Benvinda Levi, admitiu que o país ainda enfrenta focos de pobreza extrema, apesar dos progressos notáveis alcançados nas últimas três décadas em termos de desenvolvimento económico e social. As declarações foram proferidas durante a plenária da 2.ª Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Social, que decorre em Doha, Qatar.

A governante, descreveu que os avanços económicos, sociais e tecnológicos registados em Moçambique e a nível global nas últimas décadas “ainda não estão a produzir os impactos desejáveis” na vida da população.

Benvinda Levi destacou a Cimeira de Doha como uma oportunidade crucial para reafirmar os dez compromissos assumidos colectivamente na Cimeira de Copenhaga em 1995. A intenção é “renovar a determinação de acelerar as acções para a erradicação da pobreza, a promoção do pleno emprego e do trabalho decente, bem como a inclusão social”.

Para combater a pobreza extrema no país, o Governo moçambicano tem vindo a implementar acções transversais ancoradas em seus principais instrumentos programáticos de longo, médio e curto prazo. Estes incluem a Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2025-44 (ENDE), o Programa Quinquenal do Governo 2025-29 e o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado para o ano corrente.

A urgência da situação foi recentemente sublinhada pelo Banco Mundial (BM), que, citando dados da Visual Capitalists, revelou que Moçambique é o segundo país africano com os níveis mais elevados de pobreza extrema. O continente, como um todo, representa 20 dos 30 países em situação de vulnerabilidade severa a nível mundial.

O BM avançou que 82,2% da população moçambicana vive abaixo do limiar da pobreza, sendo superado apenas pela República Democrática do Congo (85,3%). Malawi (75,4%) e Burundi (74,2%) também apresentam números alarmantes.

Segundo a entidade financeira, o ritmo lento do crescimento industrial, a fraca infra-estrutura e o acesso limitado a serviços modernos em muitos países africanos limitam as oportunidades de rendimento e os padrões de vida. A situação tem sido afectada por pressões inflacionárias e desafios institucionais, fraca criação de empregos e acesso limitado à educação, saúde e infra-estruturas, mesmo em economias relativamente diversificadas.

A 2.ª Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social, organizada pelas Nações Unidas, terminará na quinta-feira (6) e visa colmatar as lacunas e renovar os compromissos para impulsionar a implementação da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

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