Naquele que foi o seu segundo informe sobre o Estado Geral da Nação no actual mandato, o Presidente da República, autoproclamado empregado do povo, destacou o combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado e pandemia da covid-19 que, por sua vez, trouxe impactos negativos para a economia nacional. No presente ano, Nyusi voltou a ser igual a si próprio, afirmando que, perante uma certeza na era de incerteza, o Estado da Nação é de “auto-superação, reversão das tendências negativas e conquista da estabilidade económica”.
Nesta quinta-feira, 16 de Dezembro, Filipe Jacinto Nyusi, avançou que um dos grandes objectivos do Governo continua a ser a descentralização, tendo destacado que por aquilo que percorreu e aprendeu Moçambique está no caminho certo. “A nossa experiência evidencia que não se trata de um caminho linear, mas uma caminhada com expectativa”, disse.
Sobre o terrorismo na província de Cabo Delgado, um fenômeno que tira sono ao Governo e aos moçambicanos no geral, Nyusi destacou que com a chegada dos militares ruandeses e da SAMIM o país conseguiu reduzir três vezes, em comparação com o ano passado, o número de agressões terroristas
“Além de luto e dor o terrorismo destruiu infraestruturas, fechou de empresas, provocou a redução da capacidade produtiva, o aumentou os índices do desemprego e afetou o bem estar social. Em comparação com o ano passado, reduzimos em três vezes o número de agressões terroristas”.
As Forças de Defesa e Segurança apoiados pelos militares ruandeses e pela SAMIM conseguiram recuperar alguns distritos que num passado recente estavam nas mãos do inimigo, tendo os terroristas se colocado em fuga para a província de Niassa. Sobre a recente investida dos grupos armados, o Chefe de Estado avançou que não quer colocar a população em pânico.
“Apelo não ao pânico, prefiro enfrentar e não me agitar. Quando apelamos as pessoas se enervam”, disse para depois acrescentar que desde o início das operações conjuntas no teatro operacional norte foram abatidos cerca de 200 terroristas.
“O terrorismo não tem quartel. As bases sinalizadas na província de Cabo Delgado na sua maioria foram neutralizadas. As operações conjuntas e combinadas continuam. Cerca de 245 compatriotas foram capturados… e alguns foram integrados nas suas comunidades. Em combate foram abatidos 200 terroristas incluindo principais líderes que eram ideológicos. Chamamos atenção dos compatriotas recrutados para retornar as suas famílias”.
O Presidente da Republico renovou o apelo aos moçambicanos que juntaram aos grupos armados em troca de avultadas somas de dinheiro para voltarem as suas zonas de origem, tendo igualmente declarado o conflito armado na zona note é movido pela cobiça.
“Estamos a enfrentar banditismo puro movido pela cobiça contra uma nação que está prestes a dar um salto quantitativo e qualificativo. A cobiça é real, uma vez mais chamamos a consciência dos nossos compatriotas recrutados pelos terroristas a não hesitar retornar para as suas famílias. Ninguém se pode sentir acorrentado pelos actos de violência que já cometeu, nunca é tarde para se colocar uma pedra sobre o passado de ódio e que derramou sangue de gente inocente”
Sobre a presença das tropas ruandesas no teatro operacional norte que foi sobremaneira contestado pelos partidos da oposição, alegando que antes de rubricar o acordo o Governo devia ouvir as três bancadas, Nyusi reiterou que as forças do Ruanda estão no país no abrigo do acordo bilateral entre os dos países.
“Não há mais nada para dizer diferente, ao abrigo de acordo de cooperação que existe com o Ruanda desde 1990, celebramos o memorando o acordo de cooperação sobre o acordo de defesa e segurança e ao acordo relativo a força de apoio no combate ao terrorismo em Moçambique. As forças estão no terreno no acordo bilateral com o nosso país no âmbito do acordo de segurança. Vou chamar alguém e mostrar, ainda existe uma clausula de sigilo. Não posso dizer estaria a violar o acordo celebrado. Em Junho adiantamos que o acordo enquadra-se igualmente no princípio de solidariedade de causa nobre e comum, o Paul Kagame não recebeu nada, não pediu nada. O esforço do Ruanda não tem preço, trata-se de salvar vidas, trata-se de travar a decapitação de pessoas”.
No ano presteis a findar, o crime organizado voltou a exibir a sua musculatura através de raptos. Para conter este fenômeno que motivou a fuga de muitos empresários de descendência asiática do país, Nyusi lembrou que está em curso a formação de uma força especial para travar este fenômeno nas principais cidades moçambicanas.
De acordo com o empregado do povo, dos 13 casos de rapto registados no em curso, seis foram esclarecidos e 18 pessoas foram detidas, estando em curso acções para mitigar os raptos.
Se por um lado, no que a pandemia da covid-19 diz respeito, Nyusi afirmou que não está admirado com o aumento das infecções nos últimos dias, tendo adiantado que o Sistema Nacional de Saúde está preparado. Por outro, reiterou que a imunização continua a ser chave na luta contra a pandemia que já matou mais de 1500 pessoas no país.
Facebook Comments