Em 2021 foram registados 14 raptos e apenas seis foram esclarecidos. Contudo, os cabecilhas dos grupos que criaram uma onda de instabilidade no seio do empresariado nacional continuam sem rosto. No presente ano, o fenômeno dos raptos voltou a abalar a capital moçambicana e os empresários, por sua vez, instam o Executivo a fazer mudanças profundas ao quadro legal porque “a ocorrência de raptos torna o nosso país inseguro para atracção de turistas”.
Devido ao clima de insegurança que se vive nas principais cidades do país, muitos foram os empresários de ascendência asiática que decidiram abandonar a Pérola do Índico. De acordo com o vice – presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Zuneid Calumias, o clima dos raptos gera perda dos postos de trabalho, tendo igualmente defendido que o Governo deve ser implacável, ou seja, passar a informação de que não tolera este crime.
“Este tipo de crime afecta as decisões dos que pretendem investir no país, induz à saída de capitais dos investidores que não se sentem seguros no país, com reflexo na perda de postos de trabalho e capacidade de geração de renda. Adicionalmente, a ocorrência de raptos torna o nosso país inseguro para atracção de turistas”, declarou Zuneid Calumias, vice-presidente da agremiação.
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique defende, por um lado, mudanças profundas no quadro legal. Por outro, a agremiação presidida por Agostinho Vuma avançou que tem estado a buscar diálogo com o Ministério do Interior para encontrar soluções com vista a travar este fenómeno que tira o sono aos empresários.
“É necessário repensar o modelo de abordagem e via-se na Unidade Anti-Raptos uma solução para tal. É preciso introduzir, adicionalmente, mudanças profundas ao quadro legal, tornando severa a respectiva moldura penal e sem possibilidade de pagamento de caução. Ao nível do diálogo público-privado, saudamos a impecável interacção com o Ministério da Defesa Nacional, em diversas matérias. Por seu turno, na interacção com o Ministério do Interior não vislumbramos a mesma dinâmica”.
A CTA referiu que aguarda pela disponibilidade do Ministerio do Interior para discutir e identificar estratégias para estancar a onda dos raptos
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