- Funcionários públicos ameaçam paralisar tudo a 1 de Agosto e exigem aumento equitativo de 100%
- PRM diz que já está em alerta
Face a crescente degradação do nível de vida, as redes sociais voltaram a estar inundadas de mensagens de desconhecidos, incluindo uma suposta Organização Nacional dos Agentes e Funcionários do Estado (ONAFE), que convocam uma manifestação generalizada para o próximo dia 01 de Agosto, em todo o país. A Polícia da República de Moçambique (PRM) já está avisada e o comandante-geral, Bernardino Rafael instruiu a corporação para tudo fazer para repelir qualquer tentativa.
Circulam mensagens de origem diversas nas redes sociais apelando para uma insurreição geral do Rovuma ao Maputo e do Índico ao Zumbo, devido ao elevado custo de vida, aliada a falta de uma resposta clara por parte do governo para aliviar o sofrimento de milhares de moçambicanos.
Apesar de não terem rosto, os que convocam a referida manifestação para o dia 01 de Agosto, ameaçam, segundo a polícia, vandalizar instalações da EDM, vias ferroviárias, centros de tratamento de água, centros comerciais, condutas de gás e outras Infra-estruturas do Estado, bem como ataque às unidades e subunidades da PRM.
Funcionários públicos ameaçam paralisar actividades e exigem 100% para todos
Mas as reivindicações não terminam só no custo de vida. Os funcionários públicos, que viram as suas expectativas largamente defraudadas após a divulgação dos números da Tabela Salarial Única (TSU) que geraram mais discórdia e descontentamento por beneficiar uns e outros não, ameaçam também paralisar as actividades até que o governo atribua um aumento equitativo de 100 porcento para todas as carreiras sem nenhuma distinção.
“Dia 01 (um) de Agosto de 2022, inicia-se uma Manifestação do Repúdio à Tabela Salarial Única, exigindo equilíbrio no aumento salarial a 100% (Cem porcento) em todos ministérios da função pública. A partir das 00:00Horas do dia 01 (um) de Agosto, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico, tudo paralisado. Sem necessidade de deslocamento a edifício ou palácio nenhum, apenas ao sector de trabalho e não executar-se nenhuma tarefa antes que atenda-se a inquietação de forma positiva, assim aguardaremos”, lê-se num texto de duas páginas que circula sobretudo pelo Whatsapp.
Face as ameaças, o comandante-geral da PRM, instruiu as diversas unidades que dirige para reforçarem a vigilância de modo a evitar a vandalização de bens públicos e privados.
“Considerando que os factos supracitados concorrem para a alteração da ordem e segurança pública, instruo aos Comandos Provinciais, Forças Especiais e de Reserva da PRM o seguinte: 1. Garantir o estado de prontidão das forças e meios com vista a reprimir qualquer tentativa de desordem pública; 2. Reforçar a segurança em todas as unidades e subunidades policiais; 3. Garantir a protecção e segurança das vias ferroviárias, condutas de transporte de gás, centro de preparação e tratamento de água, centrais eléctricas e outros objectos estratégicos vitais e sociais do país”, lê-se na instrução nº 19/CGPRM/GCG/2022.
Ainda na mesma instrução, o comandante-geral instrui as forças policiais a reforçarem a vigilância nos centros urbanos e comerciais, bem como privilegiar a inteligência policial nos centros de aglomerados populacionais, tais como mercados e terminais de transporte.
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