O Gabinete do secretário geral da OTM – Central Sindical emitiu uma mensagem por ocasião do fim de ano, onde expressou a sua insatisfação e discontentamento diante do exercício laboral de 2022. Na mensagem, o órgão diz que 2022 foi um ano atípico e amargo por causa das incertezas salariais, ausência de condições de trabalho dignas e pela falta de sensibilidade para com as necessidades e preocupações sociais dos cidadãos dos escalões hierárquicos mais baixos.
Embora com estes desafios, o gabinete da OTM-CS disse que os Sindicatos Nacionais a todos os níveis empenharam-se para manter o diálogo social, negociação colectiva de trabalho e resolução de conflitos laborais junto do governo, mas muitas dessas negociações se mostraram infrutíferas.
“O pacote de medidas ora anunciadas pelo Governo visando acelerar o crescimento da economia e baixar o custo de vida, por não conter nenhum impacto de curto prazo, não resolveu este problema de fundo da maioria dos moçambicanos” relata um extrato do documento.
Ademais, a OTM-CS deixa claro na sua mensagem que o ano prestes a findar foi particularmente desafiador para a classe trabalhadora e suas famílias por conta da renda baixa, e sacrifícios enfrentados por esta classe “para combater o custo de vida bastante alto e insuportável”.
No mesmo contexto, diz que a falta de cultura de diálogo e negociação fez com que houvessem o que chamam de “batalha campal entre o governo e os servidores públicos”. E como tal, “as organizações sindicais e associações profissionais existentes no sector público foram ignoradas ou as suas propostas simplesmente não foram consideradas”.
E como resultado da ausência de diálogo, negociação e inclusão, assistiu-se um exacerbar generalizado do descontentamento dos funcionários públicos, que em alguns sectores atingiu o ponto de rotura e degenerou greves silenciosas e manifestas, tal como refere o extrato seguinte: “deixar que os profissionais de saúde e professores fiquem frustrados nas suas expectativas foi um erro crasso cometido pelo Governo”.
Na mesma senda, o movimento sindical mostra-se solidário com todos os trabalhadores injustiçados, intimidados, ameaçados de diversas formas nos seus locais de trabalho e apela que nos locais de trabalho prevaleça o máximo respeito pelas leis laborais vigentes e dê-se primazia ao diálogo e negociação colectiva para a resolução de conflitos laborais de quaisquer ordem.
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