Médicos suspendem a greve para responder à demanda na quadra festiva

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À margem do discurso do termino do ano em curso, na quarta-feira (21), o Presidente da República, Filipe Nyusi, apelou a classe médica para suspender a greve para o Sistema Nacional de Saúde responder à demanda durante a quadra. Volvidas 24 horas após o apelo do Chefe de Estado, a Associação Médica de Moçambique respondeu positivamente e suspendeu a greve em todo território nacional por um mês a partir desta sexta-feira (23).

A Associação Médica de Moçambique (AMM) decidiu dar uma trégua no braço de ferro com o Governo no que as incongruências detectadas na Tabela Salarial diz respeito. De acordo com o presidente da AMM, Milton Tatia, a decisão de suspender a greve no 18º dos 21 prometidos surgiu depois da votação que teve lugar durante a assembleia – geral na Cidade de Maputo.

Tatia, que referiu que a suspensão da greve surge para responder os apelos feitos pelo Presidente da República, pediu aos mais de dois mil médicos que aderiram à greve para “voltarem aos seus postos de trabalho. Estamos comprometidos com o sector da saúde de todos e nós iremos continuar a robustecer o sistema de saúde, enquanto aumentamos o fluxo de formação especializada”.

O presidente da Associação Médica de Moçambique declarou, por outro lado, que a classe médica avançou com decisão de suspender a greve para responder à demanda durante a quadra festiva, uma vez que o número de pacientes que procuram os cuidados de saúde de saúde durante este período do ano poderá aumentar.

Aliás, no rol das suas justificações  o presidente da Associação Médica de Moçambique lembrou que está será a primeira vez que os moçambicanos vão passar as festividades do natal e do ano novo longe das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, tendo igualmente referido que a sua agremiação “decidiu dar um período de graça aos utentes, suspendendo provisoriamente a terceira greve nacional dos médicos para permitir que possam passar as festas da melhor forma possível, beneficiando-se dos nossos cuidados”.

Os médicos suspenderam a greve, mas as reclamações em relação a implementação da Tabela Salarial Única continuam. O vice-presidente da Associação Médica de Moçambique, Paulo Samo Gudo, tornou público que ainda não há avanços nas negociações com o Governo, tendo lembrando que o Executivo ainda com as preocupações levantas pela classe na greve de 2013.

“A maior parte das questões por nós colocadas já é de domínio público e tem a ver, por exemplo, com o enquadramento da classe médica na Tabela Salarial Única; as condições de trabalho em algumas unidades sanitárias do país; e algumas questões legislativas que antecedem a TSU, tal é o caso das horas extras e da diuturnidade que vem do Estatuto do Médico aprovado em 2013”.

Recentemente, o Ministro da Saúde Armindo avançou que os médicos que aderiram à greve teriam faltas e salários descontados. Contudo, Samu Gudo afiançou que as faltas serão descartadas e não haverá descontos, uma vez que “as faltas são ilegais”.

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