Nyusi renova mensagem de reflexão sobre viabilidade das eleições distritais

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Durante o Informe sobre o Estado Geral da Nação, o Presidente da República falou da necessidade se criar uma comissão para avaliar a imperativo da realização das eleições distritais o que, de certa forma, abriu uma janela de desconfiança no seio dos partidos da oposição e algumas organizações da sociedade civil. Entretanto, nesta segunda-feira, 23 de Dezembro, o Chefe de Estado renovou a mensagem de reflexão em torno da viabilidade da realização das eleições distritais.

A Constituição da República impõe a realização das eleições distritais no próximo ano. Contudo, o Presidente da República admitiu, em Dezembro do ano passado, analisar a viabilidade da realização das mesmas.

Recentemente, o antigo Chefe de Estado, Alberto Chissano, contrariou Nyusi e defendeu que não há impedimento para a realização das eleições distritais. “Eu não vi nenhum impedimento para que as eleições tenham lugar daqui a mais um ano. Os órgãos e as estruturas devem ser respeitados. Já começaram a ser preparadas um pouco antes. O que eu desejo é sucesso àquelas instituições que foram designadas para a organização das eleições”, declarou.

Entretanto, falando à margem da tomada de posse dos novos Secretários de Estado nas províncias de Niassa, Manica, Maputo, Nampula e Zambézia, o Presidente da República renovou a mensagem de reflexão em torno da realização das eleições distritais no próximo ano, tendo atacado as vozes que vieram ao terreno defender que já estão criadas as condições para a realização das mesmas.

“Dissemos que é preciso reflectir, mas os outros nem querem reflectir inclusive são as mesmas pessoas que não aceitavam que as províncias fossem descentralizadas”, disse.

O Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), por sua vez, não tem dúvidas que o partido no poder pretende adiar as eleições que devem ser realizadas no contexto da descentralização, por sinal uma exigência da Renamo, porque quer orquestrar uma fraude para a oposição não eleger administradores.

“Pensamos que há um grande objectivo por detrás deste movimento: a Frelimo quer ganhar tempo para preparar a máquina da fraude para assegurar que a oposição não consiga eleger administradores”, refere o CDD

De lembrar que aquela organização da sociedade civil defendeu que “o Presidente da República e o seu partido devem conformar-se com a Constituição da República e permitir a realização das eleições em 2024, nos termos do nº 3 do Artigo 311 da Lei-Mãe, sendo que para tal, os órgãos eleitorais só precisam de adicionar mais urna para a eleição do administrador e converter o apuramento distrital para eleição dos membros da Assembleia Distrital”.

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