Agricultura em Moçambique: Portugal vai investir 185 milhões de euros nos próximos cinco anos

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A Associação dos Jovens Produtores de Portugal (AJAP) realizou, recentemente, na capital moçambicana, Maputo, o Fórum de Qualidade, Invasão e Segurança Agro – Alimentar, um evento que juntou produtores moçambicanos e portugueses. À margem daquele fórum, o Embaixador de Portugal em Moçambique, Antônio Costa Moura, tornou público que Portugal vai investir cerca de 185 milhões de euros na área da agricultura nos próximos cinco anos. Por sua vez, o presidente da Federação Nacional das Associações Agrárias de Moçambique (FENAGRI), Hernani Mussanhane, destacou que a parceria com a AJAP vai trazer vantagens para as suas associações e acabar com a exclusão social.

A Associação dos Jovens Produtores de Portugal (AJAP), instituição que vai completar 40 anos no ano em curso, realizou, na Cidade de Maputo, o Fórum de Qualidade, Invasão e Segurança Agro – Alimentar, evento que focou-se nas oportunidades e desafios da globalização assim como a importância da inovação e segurança alimentar nos dois países, ou seja, Portugal e Moçambique.

Discursando na abertura daquele evento que juntou produtores moçambicanos e portugueses, o Embaixador de Portugal em Moçambique, Antônio Costa Moura, avançou que o país presidido por Marcelo Rebelo de Sousa vai investir, nos próximos cinco anos, cerca de 185 milhões de euros no sector da agricultura em Moçambique.

“Acho que para Portugal é muito importante, mais é importante também para Moçambique. Como todo trabalho de fazemos na área de cooperação bilateral o trabalho tem que ser importante para ambas as partes. Nesse caso acho que a AJAP na pessoa do seu presidente está a liderar um processo de grande valia, uma vez que está a interagir no terreno na área da agricultura e agroindústria. Estamos a conseguir matar dois coelhos com a mesma cartola, ou seja, estamos a tratar duma área fundamental da cooperação bilateral que é agricultura que está prevista no programa de cooperação que tem um envelope financeiro de 185 milhões para cinco anos só para a agricultura, mas a agricultura tem um papel fundamental nesse domínio”, disse Moura.

A AJAP e a FENAGRI firmaram uma parceria que visa capacitar jovens nas zonas rurais. O Embaixador de Portugal em Moçambique destaca que a parceria entre as duas instituições vai fazer dois em um, tendo igualmente mostrado a disponibilidade de Portugal de trabalhar com Moçambique com vista a melhorar a qualidade dos produtos produzidos no país.

“Estamos numa outra vertente a lhe dar com a juventude que em todos países é o futuro. Se conseguirmos uma confluência virtuosa de vantagens e desvantagens por um lado fortalecer a agricultura moçambicana e sei que é vontade do governo moçambicano fortalece-la são muitos uteis e pertinentes. Se conseguirmos apoiar na vertente agricultura e ao mesmo tempo abranger a camada jovem da população estamos a fazer dois em um”

“As normas de rotulagem, classificação e transporte dos produtos é fundamental para que não nos limitemos a produção porque não basta produzir é preciso ter cadeias de valor devidamente montadas e é preciso depois que todo trabalho de qualidade, de rotulagem e classificação dos produtos seja também feito. É uma das áreas que Portugal pode também dar uma grande ajuda por uma razão simples porque estamos a partilhar a mesma língua e muito mais fácil trabalhar sem tradutores e intérpretes”.

FENAGRI defende que AJAP pode acabar com a exclusão social nas zonas rurais

Na qualidade de director – geral da Associação dos Jovens Produtores de Portugal, Firmino Cordeiro, apontou que Moçambique deve melhorar a qualidade dos seus produtos para posteriormente pensar na exportação dos mesmos.

“É evidente que um fórum desta natureza traz outras mensagens e outras informações que são também importantes e partilhar da nossa experiência, ou seja, aquilo que nos levou e que nos leva a melhorar constantemente a qualidade e a querer exportar cada vez mais as nossas produções de qualidade. Este um desafio que Moçambique também deve fazer, ou seja, melhorar a sua produção, a sua qualidade e alimentar cada vez mais a sua população e depois pensar que podem ser exportados”

Cordeiro reconheceu que há produtos de alta qualidade em Moçambique.  Contudo, apontou que o país deve trabalhar para que os produtos sejam certificados e que tenham selos de garantia.

Por seu turno, o presidente da FENAGRI, Hernani Mussanhane, destacou a formação dos jovens como uma das chaves para o sucesso da agricultura em Moçambique.

“A partir de formação já no sabre o caminho para o mercado. Com a troca de experiência já estamos aqui a trazer vantagens para as associações. Não podemos nos esquecer que a AJAP para além de trabalhar em Moçambique esta também no processo de criação de várias associações de jovens. A AJAP em parceria com a FENAGRI está a estabelecer uma associação de produtores jovens de Chókwè , Tete, Manica e possivelmente agora em Zambézia. Estamos a tentar trazer os jovens para a agricultura sem esquecer que o nosso país é composto maioritariamente por jovens”, referiu Mussanhane para depois acrescentar que a parceria com a AJAP pode acabar com a exclusão social nas zonas rurais.

“Na formação será privilegiada a língua local para maior abrangência. Temos a consciência que o gênero pode fazer muita diferença na produção. Eh nas zonas rurais que a produção real acontece e pensamos que de lá podemos atacar as cadeias de valor na cidade e podemos ocupar esses jovens numa coisa que pode fazer a diferença”.

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