Moçambique ocupa a decima posição na lista dos países com a prevalência mais elevada de uniões prematuras, sendo cerca de 14% das mulheres entre 20 – 24 anos de idade casaram antes dos 15 anos e 48% antes dos 18 anos de idade. A província de Manica, zona centro do país, tem registado elevado índice de uniões prematuras o que, de certa forma, compromete o futuro da rapariga. Para inverter o cenário, do impacto negativo das uniões prematuras, a embaixada da Finlândia em Moçambique, vai injectar um montante avaliado em pouco mais de oito milhões de euros, para o empoderamento da rapariga e na protecção das mesmas.
Texto: Duarte Sitoe
Moçambique ganhou um aliado de peso no objectivo reduzir para zero a taxa dos casamentos prematuros até 2050. Na esteira da celebração do mês da mulher, embaixadora da República da Finlândia em Moçambique, Anne Kaissa Heikkienen, tornou público que aquele país do velho continente vai disponibilizar oito milhões de euros para inverter o actual cenário de uniões prematuras ao nível da província de Manica.
“A embaixada continuará a apoiar o governo moçambicano na luta contra uniões prematuras e casamentos forçados (…) Investimos pouco mais de oito milhões de euros, por ano, ao sector da educação, para garantir o combate da violação dos direitos das raparigas”, disse Heikkienen.
Prosseguindo, a embaixadora da República da Finlândia em Moçambique avançou que a principal área de apoio é o sector da educação para garantir a retenção das raparigas nas escolas, tendo igualmente referido que se fez àquela província da zona centro para buscar junto das autoridades governamentais estratégias de combate às uniões prematuras no país.
Por sua vez, Francisca Tomás, governadora da província de Manica, falou das acções que tem sido levado a cabo pelo Executivo com a vista a sensibilizar as comunidades bem como a divulgação das mensagens nas escolas durante as aulas, no combate as uniões prematuras.
A governante, que destacou a importância inauguração do Centro de Atendimento Integrado às raparigas e mulheres vítimas de violência, avultou o programa “eu sou capaz” que tem a componente da distribuição de uniforme escolar e bicicletas para o empoderamento e a motivação da raparia, para reter a rapariga nos estudos.
“A província, conta também com o programa linha Fala Criança, onde as raparigas podem denunciar os casos de violação, disse Tomás.
Na qualidade de representante das organizações da sociedade civil, Luísa Ferrão, do Fórum das Mulheres da província de Manica, olhando para os actuais índices de uniões prematuros, mostrou-se satisfeita com a iniciativa do governo finlandês
Por seu turno, Luísa Ferrão, do fórum da mulher na província de Manica, manifestou sua satisfação pela iniciativa da Finlândia, reiterando que o projecto poderá permitir que as meninas terminem o seu ciclo da escolaridade.
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