Logística dos raptos é feita dentro dos estabelecimentos penitenciários – refere PGR

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Em 2022, o crime organizado, com destaque para os raptos, voltou a exibir a sua musculatura perante o olhar impávido das autoridades da lei e ordem. Dados avançados pela Procuradora – Geral da República, Beatriz Buchile, durante o seu Informe Anual à Assembleia da República, no ano passado foram registados 15 raptos, por sinal mais um em comparação com 2021. Buchili referiu, por outro lado, que a logística dos raptos é feita a partir dos estabelecimentos penitenciários.

Para além de referir que, actualmente, os sequestradores alugam residências localizadas em zonas nobres das cidades, pagando avultados valores em numerário com proposito de dificultar ainda mais as investigações das autoridades da lei e ordem, Beatriz Buchile referiu que a logística dos raptos é feita dentro dos estabelecimentos penitenciários.

“Persiste, infelizmente, a prática de actos preparatórios, mormente, o recrutamento e coordenação da logística dos raptos dentro dos estabelecimentos penitenciários, pelo que em articulação com a Direcção do SERNAP, temos estado a reforçar a nossa actuação no sentido de fiscalização e responsabilização dos autores”, disse Buchile, adiantado depois que numa das operações de fiscalização foram encontrados 12 telemóveis na posse de arguidos envolvidos em raptos em algumas celas das unidades penitenciarias.

Por outro lado, de acordo com a Procuradora – Geral da República, os criminosos que semeiam terror nas principais cidades do país têm estado a sofisticar-se o que, de certa forma, torna mais complexa a investigação por parte das autoridades da lei e ordem, uma vez que os mesmos actuam dentro e fora do país, usando meios tecnológicos de comunicação para dificultar a sua localização e o rastreio dos pagamentos de resgates.

Mesmo com a sofisticação do modus operandi dos criminosos, a Procuradoria – Geral da República registou, em 2022, 15 processos – crime, dos quais 11 com 41 arguidos em prisão preventiva, um com três arguidos em liberdade e três contra cidadãos desconhecidos, sendo que dos referidos arguidos 40 são homens e quatro mulheres com idades compreendidas entre 26 e 55 anos de idade.

De referir que, no ano passado, o Ministério Público acusou criminalmente dois membros do Serviço Nacional de Investigação Criminal e igual número de agentes da Polícia da República de Moçambique por envolvimento nos raptos.

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