TotaEnergies ainda não partilhou com o Governo o relatório elaborado por Rufin

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Em Dezembro de 2022, o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, confiou a Jean-Christophe Rufin, personalidade reconhecida pela sua experiência nas áreas de acção humanitária e de direitos humanos, a missão independente de avaliação da situação humanitária na província de Cabo Delgado. No documento que já está nas mãos da multinacional francesa, Rufin concluiu que a situação de segurança em Cabo Delgado melhorou positivamente. No entanto, na segunda-feira, 26 de Junho, o ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, revelou a TotalEnergies ainda não partilhou os resultados do relatório com o Governo.

“A Total ainda não partilhou com o Governo o relatório. Como sabem, a Total contratou um consultor. O consultor produziu o relatório ao seu patrão que é a Total. Achamos que a Total está a fazer alguma análise sobre o documento e eventualmente vai partilhar com o Governo de Moçambique”, disse o titular do pelouro da Defesa citado pela STV.

Cristóvão Chume referiu que o Executivo soube do conteúdo do relatório elaborado por JeanChristophe Rufin através da imprensa, tendo igualmente declarado que não entende a recomendação de Rufin para a multinacional francesa se desvincular das Forças de Defesa e Segurança na região onde tem as suas operações.

“O que está a dizer o relatório é que a relação formal de apoio directo às Forças de Defesa e Segurança, no âmbito de princípios de governação dessas empresas multinacionais, não é aceitável. Ok? Porque pode ser interpretado como estando a fazer parte do conflito, por tomar partido de um dos lados do conflito. É que, a Total está inibida de poder apoiar às Forças Armadas com algum apoio logístico porque ela pode ser tida como parte do conflito. É essa relação que deve ser cortada e que nós não vimos nenhum problema em isso acontecer”, explicou Chume.

O ministro da Defesa Nacional reiterou, por outro que, que cabe ao Estado moçambicano garantir a soberania do seu povo e que o Governo é, livre, quando necessário, de escolher o parceiro de apoio.

“Nunca a Total ou o Ruanda e nenhum outro país pediu ao Governo de Moçambique para deixar de cumprir a sua missão de proteger as populações dos distritos de Mocímboa da Praia, de Palma, que vivem em Afungi, e os investimentos nessas zonas para que sejam outras forças a realizá-las. Essa missão é soberana, do Governo de Moçambique, e das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, primariamente, e, sempre que for requerido, com o apoio de quem quisermos. Nunca sentimos pressão por parte de nenhuma companhia em necessidade de nossa alteração. Nós é que decidimos como, onde e com quem fazer a segurança da República de Moçambique”, concluiu.

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