Direcção Provincial da Educação em Maputo vinca que os alunos sentam no chão por questões de comodidade

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  • Falta de material didático condiciona qualidade de ensino e aprendizagem na Cidade da Matola

A Escola Secundária 30 de Janeiro, arredores do Município da Matola, para além de estar num avançado estágio de degradação, não dispõem de carteiras e material didático para o processo de ensino e aprendizagem. Para minimizar a situação, os pais e encarregados de educação viram-se obrigados a contribuir para comprar cadeiras plásticas de modo a evitar que os alunos assistam as aulas sentadas no chão, mas nem este gesto minimizou o drama. A Direcção Provincial da Educação da Província de Maputo negou o que o Evidências constatou na Escola Secundária 30 de Janeiro, referindo que os alunos sentam no chão por questões de comodidade.

Teresa Simango

Os professores são obrigados a fazer das tripas o coração para garantir o decurso normal do processo de ensino e aprendizagem na Escola Secundária 30 de Janeiro.  Actualmente, aquele estabelecimento de ensino não dispõe de carteiras o que, de certa forma, faz com que os alunos assistam aulas sentados no chão.

“Não está sendo fácil lecionar nestas condições, a escola não tem condições básicas de funcionamento. Não temos pátio, campo adequado para prática de educação física e espaço para actividades práticas de agropecuária, um outro ponto que nos apoquenta é a inexistência de material didático e laboratório para que possamos ter aulas práticas. A existência de material didático para os alunos poderia melhorar a qualidade do ensino e aprendizagem”, desabafou um professor que se identificou pelo nome de Nelson.

Em representação da direcção da escola, Max Sitoe, que falou na qualidade de director pedagógico, referiu que, actualmente, a Escola Secundária 30 de Junho não dispõe de recursos financeiros para os trabalhos de reabilitação.

Sitoe declarou que aquele estabelecimento de ensino enviou cartas para as empresas sediadas no Município da Matola para tentar reverter o actual cenário, mas ainda não teve respostas, sendo que enquanto espera pela generosidade dos empresários aposta na contribuição dos pais e encarregados de educação para construir novas salas.

 “Neste ano recebemos duas classes, a 7ª que está incluso no novo currículo e 8ª classe do antigo currículo. Por conta desta pressão acabamos não tendo espaço suficiente para albergar todos os alunos. O rácio professor aluno anda nos 85 o que é para nós é algo inédito. Para reverter este cenário iniciamos uma campanha de peditórios e submetemos nas empresas sediadas na Matola, mas não tivemos respostas satisfatórias e, por isso, optamos por recorrer o plano B que consiste na contribuição de blocos por parte dos alunos do curso diurno e ferro para alunos do curso noturno. Se tudo correr bem no fim do ano iniciaremos com a construção de novas salas”

Contactado pelo Evidências, Sousa Mandjate porta-voz da Direcção Provincial da Educação na Província de Maputo, refutou a informação que dá conta de que a Escola Secundária 30 de Junho não dispõe de carteiras, tendo referido que há alunos sentam no chão por questões de comodidade.

“Nós fizemos trabalhos de supervisão para o início do ano lectvo não constatamos existências de salas de aulas totalmente sem carteiras, o que pode acontecer é existência de alunos que optem em sentar no chão por questões de comodidade, não temos conhecimento de existências de salas de aulas que não dispõem de carteiras e nem de pais que tiveram que comprar cadeiras plásticas para que os seus filhos não sentassem ao chão. A escola tem condições básicas para o funcionamento e funciona desde o tempo colonial, se não tivesse condições básicas não estaria a funcionar”, explicou Mandjate.

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