Renamo almeja colocar seus ex-guerilheiros nos quadros do SISE

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A Renamo almejava colocar os militantes desmobilizados no âmbito do processo de DDR nas fileiras da Polícia da República de Moçambique. Contudo, esta pretensão foi “sol de pouca dura”, uma vez que o Governo recusou-se a treinar os ex-guerrilheiros do maior partido da oposição em Moçambique devido as idades e ao nível acadêmico. Actualmente, a Renamo tem cerca de 146 homens nas fileiras da PRM, mas almeja colocar os seus ex-guerilheiros no exército e nos Serviços de Informação de Estado (SISE)

Ossufo Momade revelou que é pretensão da Renamo colocar os seus homens nos quadros do SISE, tendo justificado que os mesmos também têm o direito de fazer parte da “inteligência” porque possuem nacionalidade moçambicana.

Os filhos de combatentes são moçambicanos. Neste momento só temos 146 homens na Polícia da República de Moçambique. No exército não conseguimos meter nenhum homem, porque, no acordo de Paz de 1992, devíamos ter metido quinze mil homens no exército, mas não conseguimos. No SISE, ainda não conseguimos meter nenhum homem da Renamo. Eh nossa pretensão. Em todos encontros que temos com o presidente Nyusi levantamos essa questão, uma vez que membros da Renamo também são moçambicanos”, disse Momade na entrevista que concedeu ao Canal de Moçambique.

Nos últimos meses, o liderança de Ossufo Momade tem sido alvo de contestação no seio do partido. No entanto, o líder da perdiz desvaloriza as críticas e refere que os militantes estão do seu lado porque aderiram ao processo do DDR

“Dizer que os militares contestam a minha liderança não é verdade. O Mariano Nhongo era uma minoria. Se alguém tem cinco militares ao seu lado, enquanto o número total dos militares é cinco mil, não se pode dizer que os militares contestam o Ossufo Momade. Se hoje aceitam ser desmobilizados é porque concordam com Ossufo Momade”, disse o líder da Renamo para depois referir que Mariano Nhongo foi usado por pessoas que actualmente vivem felizes e tranquilos.

“Mariano Nhongo foi usado. Ele não contestava a minha liderança por iniciativa própria. As pessoas que usaram Nhongo circulam por aqui. Sinto que a família Nhongo, neste momento, deve estar a sofrer, mas aqueles que influenciaram Nhongo influenciaram Nhongo vivem felizes. Portanto, quando Mariano Nhongo abandonou a base, fui o primeiro a falar com ele e persuadi-lo a não tomar a decisão e abandonar a base. Nhongo não quis ouvir-me, não acatou o meu conselho…”.

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