PRM detem seis estudantes da Escola Náutica após manifestarem por causa de fome e a direcção da escola aposta no silêncio

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A Polícia da Republica de Moçambique (PRM), deteve há dias seis dos cerca de 50 estudantes da Escola Superior de Ciências Naútica, na Cidade de Maputo que estiveram em manifestação na segunda-feira, devido às péssimas condições na residência escolar. Desde segunda-feira, a direcção da escola ainda não teve disponibilidade para falar sobre o caso, e a Polícia até o momento não deu qualquer esclarecimento sobre teria sido o motivo da detenção dos formandos.

A detenção dos seis estudantes aconteceu na segunda-feira, mesmo dia em que estiveram em frente ao Ministério dos Transportes e Comunicações para manifestar a sua indignação sobre as condições a que são submetidos na Escola Superior de Ciências Náuticas.

Naquele dia, mesmo antes das detenções, a relação já tinha sido azeda com a Polícia, porquanto foram mandados embora do Ministério e só continuaram com a manifestação ao longo da Avenida 10 de Novembro até à instituição de ensino.

“Após voltarmos da manifestação, fizemos uma formatura, a directora pediu para conversar connosco, ela estava acompanhada de oficiais da Polícia. Na ocasião, garantiu que a reunião com o Ministério dos Transportes e Comunicações aconteceria às 16 horas de segunda-feira, foi quando ela escolheu seis estudantes, aleatoriamente, para, supostamente, conversar com a Polícia para explicar o que estava a acontecer. Pouco tempo depois da nossa formatura, percebemos que já havia um carro da Polícia a recolher os nossos colegas, nem desconfiamos que estivessem a ser detidos, só que, mais tarde, apareceu alguém da direcção a pedir tigelas e roupas para os nossos colegas dormirem na esquadra”, explicou, sem revelar a sua identidade, um dos estudantes.

Sem nenhuma informação concreta sobre os reais motivos da detenção, um dos familiares dos estudantes referiu que:

“O nosso filho está, neste momento, detido, não sabemos o que está a acontecer. Eu estava a trabalhar quando, na terça-feira à tarde, recebi uma informação que o meu sobrinho estava nas mãos da Polícia depois da manifestação que fez com os seus colegas. Fui até à escola para falar com a direcção e não tivemos nada concreto.”

Ninguém sabe o porquê, mas o facto é que os seis estudantes estão, neste momento, nas celas da Cadeia Central e, sem sucesso, contactámos a directora deste centro de ensino e a Polícia para falar sobre o assunto.

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