No dia da votação, vários Membros da Assembleia de Voto foram encontrados a tentar introduzir votos nas urnas para favorecer o partido, sendo que depois da votação alguns receberam ordens (superiores) para não assinar actas e editais. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) reconhece que houve irregularidades nos momentos de votação, centralização e apuramento intermédio e, por isso, promete responsabilizar os agentes que terão perturbado o andamento do processo.
A vitória da Frelimo no grosso das 65 autarquias suscita dúvidas sobre a transparência das VI Eleições Autárquicas. Na conferência de imprensa convocada nesta terça – feira, 17 de Outubro, na qual os jornalistas não tiveram direito a perguntas, o porta – voz da CNE, Paulo Cuinica, pediu calma aos moçambicanos e referiu que os Membros das Mesas de Assembleia de Voto que agiram a reboque do partido no poder serão chamados para se explicarem e responsabilizados.
“Tal como fora advertido na exortação do dia 10 do mês em curso, queremos assegurar que seremos implacáveis para com os nossos membros e agentes eleitorais que terão perturbado o andamento do processo. É assim que a Lei manda. Portanto, todos os membros de mesa envolvidos em práticas ilícitas serão responsabilizados caso haja provas da sua conduta desviante. Referimo-nos, por exemplo, aos casos reportados de presidentes das mesas que negaram assinar os editais. Estes terão que se explicar e responsabilizados administrativamente”
Ciente do clima de tensão que se vive no país depois do anúncio dos resultados nas 65 autarquias, Cuinica referiu que a instituição presidida pelo homem de Deus que foi emprestado à política “continuará a trabalhar com os demais intervenientes no processo eleitoral com vista ao esclarecimento dos casos de irregularidades que tomar conhecimento no decurso do seu monitoramento”, tendo ainda garantido que a Comissão Nacional de Eleições fará o devido encaminhamento dos casos já identificados.
“Por último exortamos à serenidade, calma e sobretudo à confiança dos eleitores nos mecanismos estabelecidos na Lei para a resolução de litígios e disputas eleitorais. E garantimos que dentro das nossas capacidades e competências tudo faremos para que os casos identificados sejam devidamente encaminhados”.
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